O Norte de Minas registrou seis mortes violentas entre 21 e 27 de agosto; são seis casos de homicídios, entre eles o caso do corpo de uma mulher encontrado em Luislândia e a morte de um homossexual em Bocaiuva. Em São João das Missões, um homem teve a garganta cortada depois que foi morto.

 

Os números integram um levantamento nacional feito pelo portal G1, que é o ponto de partida de uma parceria com o Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP e com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O projeto “Monitor da Violência” que conta com uma série de iniciativas que envolvem reportagem e análise de dados vai fazer o acompanhamento desses e de outros casos de violência no país.

 

Em Luislândia, o corpo de uma mulher parda, de 31 anos, foi encontrado  no dia 23 de agosto, na Comunidade de Tamanduá. Michelle Aparecida Lemos de Jesus foi encontrada com sinais de espancamento na cabeça.

José Aparecido Silva, de 51 anos, foi morto a tiros em Bocaiuva, no dia 21 de agosto. De acordo com a Polícia Militar, o companheiro dele ouviu barulhos de tiro e, ao chegar em casa, encontrou a vítima encostada na cabeceira da cama, sangrando; eles viviam juntos há 10 anos.

 

No dia  27 de agosto, um homem de 20 anos foi assassinado e teve a garganta cortada na reserva indígena Xacriabá, em São João das Missões. De acordo com a Polícia Militar, José Conceição da Silva, de cor parda, conhecido como Sãozin, estava na garupa de uma motocicleta, quando foi atingido por dois tiros.

 

Números e estudos da Unimontes

De acordo com a Delegacia de Homicídios, 42 mortes violentas já foram registradas em Montes Claros em 2017. Quatro destas vítimas são mulheres, sendo uma delas vítima de feminicídio; houve também quatro casos de latrocínio, que é o roubo seguido de morte. Em 2016, foram 69 homicídios, com 11 mulheres assassinadas.

 

Em relação aos latrocínios, foram registrados três destes crimes no ano passado.

De acordo com a professora e pesquisadora Maria Ângela Figueiredo Braga, do Grupo de Estudos e Pesquisas em Metodologia, Violência e Criminalidade da Unimontes, Montes Claros não está distante da violência do cenário Nacional.

 

“Montes Claros, infelizmente, não tem esse distanciamento do cenário nacional. Apesar de não termos um estudo específico que aponta as causas da violência e criminalidade, a maior parte dos crimes de homicídio é promovida pela briga dos espaços nas áreas do tráfico. A maior parte das vítimas é negra e tem baixa renda; elas também se concentram em bairros periféricos de pouco acesso aos serviços sociais”.

 

Ainda segundo a pesquisada, a atual situação tem provocado mudança na dinâmica da cidade do ponto de vista arquitetônico. “Mostra-se o aumento da segurança privada, altos muros, cercas elétricas, alarmes, concertinas, crescente indústria de blindagem de automóveis, grades, câmeras de vigilância nas residências, nos edifícios, lojas e outros”, disse.

 

Fonte: G1||

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