Prejuízo. Esse é o resultado que as obras atrasadas de duplicação da avenida Vereador José Higino Filho, na saída para Campo Belo tem trazido para comerciantes que, revoltados, se organizam para buscar seus direitos. Atendendo ao pedido desses mesmos empresários, nossa equipe de reportagem visitou o local na manhã de quinta-feira (27) e constatou os muitos problemas enfrentados para quem mora ou trabalha nas imediações da avenida.
Iniciados há quase três anos, e paralisados por mais de um ano, os trabalhos foram retomados há pelo menos três meses e os empresários não tem visto o progresso. ?Eles fazem a obra, furam buracos, interditam as entradas das lojas e das casas com ?montanhas? de terra. Poucos dias depois, quando a gente pensa que acabou, começam o mesmo serviço, tudo outra vez?, explica o proprietário de um dos comércios da rua, Júlio César, que tem encontrado dificuldades em descarregar seus caminhões no depósito, por causa das obras.
?É prejuízo atrás de prejuízo. Na quarta-feira (26) tiraram um pouco da terra que estava na frente da empresa, mas daqui a pouco a tubulação estoura e o problema volta?, conta Pietro José, proprietário de uma empresa de radiadores.
Dono de uma borracharia às margens da avenida, Darlei do Couto diz que o número de clientes despencou. ?Alguns clientes mais antigos, ainda ligam perguntando se tem como entrar aqui. Como eu trabalho na entrada da cidade, muitos procuram uma borracharia e quando veem que não tem como entrar, passam direto?, explica.
Um dos casos mais complicados vive Alessandro Oliveira Pereira. Proprietário de uma oficina mecânica, há meses não há condições de colocar os veículos de seus clientes dentro da empresa devido ao desnível gerado pelas obras e pela enorme quantidade de areia que lá está.?Aqui na minha mecânica, há cinco pais de família que dependem desse trabalho para sobreviver, desse jeito, eu não sei como manter minha empresa aberta?, desabafa Alessandro que antes da retomada das obras, sofria com verdadeiras ?lagoas? de esgoto que se formavam em frente à sua oficina mecânica e precisou, inclusive, registrar um Boletim de Ocorrência, para que o Saae resolvesse o problema.
No fim de fevereiro, indignados com a situação, vários empresários estiveram reunidos com o responsável pelo setor de Transportes da Secretaria de Obras, que lhes apresentou o projeto, que prevê um canteiro central, mas não prevê meio fio, o que impossibilitará os estacionamentos em frente às empresas, o que já vem ocorrendo e gerando enormes prejuízos. ?Do jeito que eles vão fazer, todas as entradas para descarregar caminhões serão fechadas, e com esse canteiro não há como os motoristas manobrarem os veículos aqui?, conta a também empresária Natália Lima.
Na reunião, não foram dados prazos para o encerramento da obra e nem foi aberta a possibilidade de troca do canteiro por catadióptricos (tartarugas) para evitar o uso ainda maior de espaço no meio da via. Diante disso, todos os proprietários de empresas da rua e alguns moradores que há semanas não conseguem tirar os veículos das garagens, estão fazendo um abaixo assinado está sendo feito que deverá ser entregue na Prefeitura, nos próximos dias.

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