Oferta restrita, qualidade de serviço questionada, produto caro e impostos nas alturas estão entre os principais obstáculos para um maior acesso à banda larga pelos brasileiros. Projetos públicos e privados vêm ganhando força para superar esses desafios e a alta velocidade prometida aos consumidores tenta tirar o atraso em que o país está mergulhado. É o que espera com ansiedade a auxiliar de serviços gerais, Kelly Moreira de Souza. Com notebook novo em casa, ela ainda prefere usar o computador de uma lan house. ?Cheguei a pesquisar os preços e ficaria em R$ 80 para usar a internet em casa. Não tem condição, já que ganho menos de um salário mínimo com os descontos?, afirma. Por enquanto, ela navega apenas para pesquisas e, por isso, paga de R$ 2 a R$ 3 por semana. ?Para ser acessível, o valor teria que cair para R$ 15?, diz.
O Plano Nacional de Banda Larga, apresentado pelo Ministério das Comunicações e que pode ser aprovado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas próximas semanas, estabelece que a metade dos domicílios brasileiros urbanos e 15% dos rurais estejam conectados à internet de alta velocidade até 2014. Para atingir o número, serão necessários investimentos de R$ 75,5 bilhões já a partir do ano que vem, sendo que a iniciativa privada, representada principalmente pelas operadoras, terá de desembolsar R$ 49 bilhões. Os R$ 26,5 bilhões seriam aplicados pelo governo na forma de desoneração tributária e uso de recursos de fundos setoriais. Com isso, segundo cálculos do ministério, os planos de banda larga poderiam custar no máximo R$ 30.

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