Os investigadores da Divisão de Operações Especiais de Belo Horizonte (Deoesp-MG) encontraram nesta terça-feira (10) o cativeiro onde Lindair Marques escondeu a prima Sarita Marques Batista, de 14 anos, por oito dias. O local fica a 1,5 km de uma estrada de terra que dá acesso à Serra da Canastra e que liga o local a São Roque de Minas, no Centro-Oeste do estado. A perícia recolheu vários materiais utilizados pelo sequestrador durante os dias de cativeiro e encaminhará para o Instituto de Criminalística em Belo Horizonte para análise. A menina foi levada pelo primo dia 30 de março e libertada no último sábado (7).
De acordo com o investigador Daniel Pires, o esconderijo foi montado em um local de difícil acesso, em uma mata fechada e densa. Perto há um poço de água. ?Ele usou a vegetação para cobrir a barraca, principalmente folhas de bambu. O cativeiro estava muito bem montado e bem camuflado. Também foi encontrado spray de tinta verde, o qual ele usou para disfarçar ainda mais a barraca. Trabalho há cinco anos em operações antissequestro e nunca vi nada tão perfeito?, disse.
No cativeiro de aproximadamente 50 metros quadrados foram encontrados vários objetos, utensílios de cozinha e mantimentos como arroz, achocolatado, leite em pó e de caixa, óleo, sal, bombons, roupa de cama, colchão, botijão de gás, sabonete, esponja de banho e um fogão de duas bocas. Restos de comida ainda estavam nas panelas. O ambiente também estava com mau cheiro, uma vez que eles utilizavam o pequeno espaço para fazer as necessidades fisiológicas. Um rádio pequeno à pilha também estava dentro da barraca. A polícia acredita que Lindair usava o objeto para acompanhar as notícias do andamento do sequestro e a movimentação policial.
?O local já estava preparado. Acreditamos ainda que o sequestrador mantém esconderijos como este ao longo da mata para fugir e permanecer no mato. Da outra vez que ele ficou foragido chegou a ficar mais de dois meses escondido em um buraco semelhante?, disse Pires.
Para o investigador Marcos Aurélio Matos, as informações de Sarita foram essenciais para a polícia chegar ao cativeiro. ?Ela nos passou dados importantes como tipo de vegetação, que existia um poço de água próximo, que a barraca ficava em um buraco. Isso nos ajudou muito?, afirmou. Ainda segundo informações da adolescente, do cativeiro era possível avistar uma pousada da cidade. ?Cheguei a dormir ao lado direito do cativeiro com outros dois colegas, onde ficamos para fechar o perímetro onde Lindair poderia estar. Nesse dia ele não chegou a sair, pois se saiu não conseguimos visualizá-lo, mas estávamos bem próximos. A região já estava mapeada, acrescentou o também inspetor Jamerson Dutra.

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