Dois megainvestimentos no mercado de energia fotovoltaica (solar), direcionados exclusivamente às indústrias em Minas Gerais, vão injetar R$ 950 milhões no Estado e poderão reduzir as contas de luz das empresas que operam com baixa tensão em até 26%.

Por trás do aporte e do desconto não está apenas o oferecimento de uma energia limpa, beneficiando o meio-ambiente.

Os investidores, quando oferecem descontos, têm como estratégia fidelizar os clientes-empresas num mercado que, futuramente, pode se tornar bem concorrido. Esta fidelização é uma forma de garantir um retorno com o investimento para que a oferta seja feita a outros tipos de clientes.

Dos R$ 950 milhões previstos, R$ 650 milhões serão desembolsados por uma parceria entre a Cemig Sim (companhia criada pela estatal mineira para atuar no ramo de energia limpa) e a Mori Energia Até o fim de 2020, serão 32 usinas em 17 cidades.

Os outros R$ 300 milhões serão injetados pela parceria entre a Alsol e o Grupo Energisa. O recurso será aplicado, até 2021, em um total de 15 usinas no Estado.
Em comum, além da busca pela fidelização dos clientes, os dois investimentos têm como avalista a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).

Os descontos serão concedidos aos filiados da entidade. O percentual leva em conta o prazo da fidelização.

O presidente da entidade, Flávio Roscoe, aproveitou o Minas Trend, feira direcionada à moda e que ocorre no Expominas até amanhã, para assinar o convênio entre a Fiemg e os investidores dos R$ 950 milhões.

“A Fiemg tem buscado a redução de custo para que a indústria mineira tenha maior competitividade. Desta forma, vai vender mais, vai gerar mais renda, vai empregar mais mineiros”, resumiu Roscoe.

Os investimentos já geram empregos. Segundo Ivo O. Pitanguy, diretor de Negócios da Mori, com a parceria da Cemig Sim, o aporte de R$ 650 milhões vai abrir quatro mil vagas diretas e indiretas.

“Estamos realizando um investimento robusto, na casa de R$ 600 milhões até o final de 2019 (o restante será em 2020), gerando energia limpa e renovável, além de quatro mil empregos diretos e indiretos em Minas Gerais”, disse Pitanguy, que é neto do famoso cirurgião plástico.

Vale lembrar que as empresas não precisam investir em placas solares para ter direito aos descontos, que oscilam conforme o prazo de fidelidade.

O executivo Gustavo Malagoli Buiatti, fundador e CTO da Alsol, que fez a parceria com a Energisa, explicou que as empresas podem participar de consórcios para alugar uma cota de uma usina solar.

“Estamos concluindo as obras de mais três fazendas solares no Estado, que serão conectadas à rede de energia até dezembro (deste ano). Vale ressaltar que Minas Gerais é um dos estados com maior potencial de geração solar fotovoltaica no país, com alta incidência de radiação solar”, disse Buiatti.

 

Fonte: Hoje em Dia ||
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