A “bandeira tarifária escassez hídrica”, em vigor desde o dia 1º de setembro, deixou a conta de energia elétrica mais cara para os consumidores que vão pagar R$ 14,20 para cada 100 kWh utilizado. A cobrança desta bandeira irá durar até abril de 2022.

Devido a isso, o portal G1 consultou o engenheiro de eficiência energética da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) em Divinópolis, Welhiton Adriano de Castro Silva, para orientar os consumidores em como economizar e minimizar os impactos desta nova bandeira no orçamento.

A tarifa ‘escassez hídrica’ foi criada por causa do agravamento da crise hídrica no país. A situação tem exigido medidas adicionais do setor elétrico para não faltar energia nos meses de outubro e novembro – considerados pelo governo federal como os mais críticos do ano.

De acordo com o engenheiro Welhiton Adriano, o setor elétrico trabalha com quatro bandeiras tarifarias.

“Temos a bandeira verde onde não tem cobrança de valor a mais na conta do consumidor, essa bandeira é implementada apenas quando as condições de reservatórios estão na normalidade. A bandeira amarela tem um pequeno aumento no valor da tarifa, que é cerca de 0,2 a cada kWh. A bandeira vermelha patamar I e II, e agora a bandeira de escassez hídrica criada por causa da crise hídrica”, explicou.

Na bandeira vigente, Welhiton acrescentou que uma família que consome 200 kWh poderá pagar até R$ 30 a mais na conta, já que a tarifa considera a taxa de R$ 14,20 para cada 100 kWh utilizado.

Apesar desta informação, os cidadãos que fazem parte da tarifa social, benefício concedido a famílias de baixa renda, não serão afetados pela nova bandeira.

Mitos sobre economia

A alternativa para driblar o preço na conta é economizar. Mas antes de falarmos das dicas de economia, vamos falar sobre alguns mitos que os consumidores muitas vezes caem e acham que estão fazendo economia.

“O maior mito que temos é achar que o equipamento ligado em 220v gasta menos que um equipamento ligado em 127v. Isso não tem influência, o consumo de energia depende de duas variáveis: a duração de utilização do equipamento e a potência daquele equipamento”, destacou Welhiton Adriano.

Para se ter ideia, um ar-condicionado de 200w com uma potência de 2 mil watts vai ter consumo do mesmo jeito. A diferença segundo o engenheiro, é que quando se eleva a tensão passando de 127v para 220v a corrente elétrica do equipamento é menor.

Como economizar

Frequência de banhos: o aumento das temperaturas gera calor excessivo, que influencia diretamente a vida das pessoas e é comum que neste período o número de banho aumente. Com isso, a potência do equipamento de banho e o seu tempo de utilização podem ser os vilões na conta.

“Temos no mercado hoje as duchas eletrônicas, em que a temperatura pode ser regulada através de uma haste, ajustando assim a potência do chuveiro. Na foto, vemos que esse seletor de temperatura começa na potência de 0 Watts (que seria ele desligado) e vai até 6.800 W – então, ao invés de comprar os chuveiros mais simples, com três temperaturas (desligado, verão e inverno), a ducha eletrônica permite você aquecer a água num “ajuste fino”, levando assim a um gasto menor de energia”, orienta.

Tirar os eletrônicos da tomada: o hábito de deixar vários aparelhos plugados, mesmo que não estejam sendo usados — ou seja, no modo stand by — não é nem um pouco incomum. Entretanto, essa prática, aparentemente inofensiva, pode gerar um gasto significativo no final do mês, porque o aparelho não deixa de consumir energia.

Ferro de passar: o ferro elétrico pode até não estar entre os maiores vilões do consumo de energia da casa, mas quando utilizado, principalmente, para passar poucas quantidades de roupa por vez acaba trazendo consumo significativo.

Geladeira: ao comprar geladeira (ou freezer), observe se ela possui o Selo Procel de Economia de Energia. No Selo Procel é possível verificar o consumo médio mensal. A geladeira deve ser instalada em local bem ventilado, evitando a proximidade com o fogão, aquecedores ou áreas expostas ao sol. Deve haver um espaço mínimo de 10 centímetros nas laterais, acima e atrás (caso ela seja instalada entre armários e paredes). Não utilize a parte traseira do refrigerador para secar panos e roupas. Nos modelos mais antigos, não forre as prateleiras (grades) da geladeira com plásticos ou vidros, pois isso dificulta a circulação interna do ar. E ainda: não desligue sua geladeira ou freezer à noite para ligá-los na manhã seguinte. Evite abrir a geladeira com muita frequência – ou mesmo manter a porta aberta “assistindo” o que está lá dentro! Tenha certeza do que será retirado no seu interior (ou colocado, se for o caso) e faça essa ação o mais breve possível!

Iluminação: Avalie a substituição de suas lâmpadas antigas por novas lâmpadas de LED, que são muito mais eficientes. Uma lâmpada LED gasta cerca de metade da energia das lâmpadas fluorescentes (tipo bulbo ou tubulares – neste último caso, sem a necessidade de reatores). Paredes e tetos devem ter cores claras, pois refletem melhor a luz, diminuindo a necessidade de iluminação artificial. E mesmo que a lâmpadas seja LED, evite acendê-las durante o dia aproveitando a iluminação natural.

Fonte: G1

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