A partir de 2013, 133 escolas estaduais mineiras vão ter uma nova grade curricular no ensino médio. Alunos do 1º, 2º e 3º anos terão uma aula a mais por dia, em um sexto horário, voltada para o mercado de trabalho. Estudantes, professores e especialistas se dividem quanto às implicações da mudança, que foi testada em 11 escolas estaduais de Belo Horizonte.
O projeto Reinventando o Ensino Médio, criado pela Secretaria de Estado de Educação (SEE), inclui disciplinas de turismo, comunicação aplicada e tecnologia da informação – o aluno pode escolher uma das áreas.
Neste ano, o projeto piloto foi implementado apenas para os alunos do 1º ano. Em 2013, ele será ampliado para outros 122 colégios, se estendendo ao 2º ano. Até 2014, a expectativa é que os estudantes do 3º ano também tenham as novas disciplinas e que as mudanças atinjam todas as 3.700 escolas da rede estadual mineira.
A socióloga da Universidade Federal de Minas (UFMG) Maria das Mercês Mesquita acredita que a proposta tira a liberdade da escola e não resolve problemas mais urgentes do ensino. Cada escola deve definir seus projetos, adequando-se à realidade de suas comunidades. Será que sugerir mais conteúdos resolve o problema do ensino médio? Será que o que as escolas do Vale do Mucuri precisam é de aula de turismo?.
Já a vice-diretora do Centro Pedagógico da UFMG, Selma Moura, acredita que toda mudança no ensino tem que ser experimentada. Pensar no mercado de trabalho é uma saída para atrair os jovens, que acabam ficando mais tempo em lan houses que na escola.
O objetivo do projeto, segundo o Estado, é tornar o ensino mais atrativo para reduzir a evasão escolar. Na Escola Estadual Paschoal Dominicci, no bairro Jaqueline, na região Norte, segundo o diretor Hermelindo Santana, nenhum aluno do 1º desistiu do colégio neste ano. Em 2011, 28 estudantes abandonaram o ano letivo. Com o projeto, notamos também um aumento da demanda por vagas. O projeto se tornou um atrativo porque pensa no mercado sem tirar o foco do Enem.

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