Quando o primeiro pisca-pisca é aceso na pracinha do bairro, ou aquele vizinho empolgado já decora a fachada da casa em novembro, uma coisa é certa: é hora de tirar a árvore de Natal da caixa e começar os preparativos. Mas o que é para ser um momento de festa e confraternização pode acabar em tragédia, sobretudo se as luzes que serviram de enfeite estiverem velhas ou mal isoladas.

Recentemente, Júlia Franco, de 8 anos, morreu eletrocutada depois de encostar em um poste que estava enfeitado para o Natal. A fatalidade ocorreu porque um dos fios da instalação estava exposto, e acabou energizando os postes do circuito. A criança passeava com os pais em uma praça na cidade de Caldas Novas, em Goiás, justamente para ver a decoração natalina.

O risco de acidentes elétricos deste tipo não existe apenas em lugares públicos, segundo o engenheiro elétrico João Carlos Lima. De acordo com o especialista, luzes como pisca-piscas não devem ser reutilizadas de um ano para o outro.

“Quando esses fios ficam expostos ao tempo, vão ressecando e perdendo a isolação. Depois de ligados podem ocasionar um curto circuito ou até mesmo um incêndio. Não devem ser guardados, mas se a pessoa guardar, é preciso fazer uma revisão antes de usar”, explica Lima.

O engenheiro também alerta para o perigo de emendar fios na hora de montar a iluminação de Natal. O recomendado é usar conectores elétricos especiais que fazem uma conexão segura, impedindo que os fios se soltem e encostem em uma área úmida ou em algo metálico.

Evitar que essas luzes sejam instaladas em portões, grades metálicas e locais que são atingidos diretamente pela chuva também é importante.

Uma alternativa segura na hora de pensar a decoração natalina são as luzes de led, que não permitem a fuga da corrente elétrica por serem emborrachadas. “Elas funcionam com um valor muito pequeno de tensão elétrica, que não é suficiente para provocar um acidente que leve à morte. E também tem a questão do gasto de energia, que é muito menor”, explica Lima.

Veja, mas não toque

Seja em shoppings centers, parques e praças públicas, a recomendação do engenheiro é admirar a decoração natalina, mas sem tocá-la. Isso porque nada garante que a empresa contratada para fazer a instalação tenha feito uma inspeção completa do material elétrico utilizado.

“Quando passa a fiação no entorno de postes, a empresa tem que tomar uma série de cuidados, mas muitas vezes elas utilizam materiais antigos e não fazem a revisão da fiação”, afirma Lima.

“Se o poste é de madeira, por exemplo, ele é isolado. Mas, se a pessoa está tocando o chão com uma sandália molhada, ou com detalhes metálicos no corpo, por exemplo, ela pode conduzir a eletricidade porque facilita a fuga da corrente do poste para a terra”.

Matéria do R7

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