O principal tema do encerramento do Seminário Internacional da Qualidade da Atuação do Sistema de Defesa Social, organizado pela Superintendência de Avaliação e Qualidade (Sasd) da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) foram os critérios que norteiam o uso das armas de fogo pelas polícias. O evento contou com a participação de estudiosos em segurança pública da Espanha, Portugal, Inglaterra e Canadá que relataram as experiências em seus países na busca pela excelência do trabalho policial.
A primeira mesa de trabalho, intitulada A Polícia como Poder: uma Força para o Bem foi coordenada pelo coronel da Polícia Militar, Fábio Manhães, que falou sobre a necessidade de regulamentação do uso das armas de fogo pelas polícias militares brasileira, ponderando que apenas a capacitação dos policiais não resolve a questão. Há situações peculiares com as quais o profissional de ponta lida em seu dia-a-dia. Se ele não tem uma norma oficial para tomar como referência, acaba ficando vulnerável, alertou. Manhães questionou também o real significado do verbo usar arma de fogo, lembrando que empunhar uma arma com o intuito de dissuadir o opositor do seu intento não significa dispor do seu potencial letal. E mesmo quando o policial efetua o disparo, isso não implica que ele teve a intenção de matar. É preciso pensar nisso. Há muitas nuances a serem consideradas, disse.
O superintendente de Avaliação e Qualidade, José Francisco da Silva, reiterou a importância deste diálogo que, muitas vezes, corrobora ações que já vêm sendo desenvolvidas pelo sistema de defesa social mineiro, como a questão abordada pela especialista portuguesa, Sílvia Mendes, sobre a existência de referenciais para o controle e acompanhamento da implementação das políticas públicas.A partir da fala dela, vimos que podemos avançar ainda mais nesse sentido, fazendo novos cruzamentos de dados e informações, avalia José Francisco. Outro bom exemplo é do professor Thomas Feltes que há dez anos está à frente do curso de formação acadêmica para policiais na Alemanha. Estamos vendo que precisamos levar essas discussões para as universidades e que seria muito bom termos uma maior diversidade de cursos superiores específicos para policiais.
José Francisco disse que o seminário foi propositalmente dividido em explanações mais teóricas no primeiro dia e exemplos mais práticos e empíricos no segundo. Não há como dissociar um do outro. A academia é nossa aliada no sentido de refletir sobre a nossa experiência. Assim, teremos muito mais possibilidades de acerto, defende. As conclusões finais do seminário foram feitas pelo sociólogo Fábio Wanderley, pela professora Rosa Maria Gross Almeida e pelo secretário de Estado de Defesa Social, Maurício Campos Júnior. Um resumo do seminário deverá compor uma publicação que, em breve, estará à disposição de todos os participantes e interessados no assunto.

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