A Polícia Federal vai receber 180 cães, doados pelos Estados Unidos, para atuarem na segurança nacional durante a Copa do Mundo de 2014 e nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016. A importação dos animais faz parte de um convênio entre os governos norte-americano e brasileiro. E vem para suprir uma necessidade de ter esses cães para rastrear bombas e drogas, já que a PF diz desconhecer a existência de criadores e treinadores desse tipo de animal no país.
A informação inicial era de que a Polícia Federal compraria os cachorros no exterior, por um valor considerado muito alto, o que causou espanto e indignação entre criadores brasileiros. Os animais seriam adquiridos nos Estados Unidos, Holanda e Israel. Cada cachorro custaria US$ 6 mil, o que totalizaria US$ 1,080 milhão de investimento.
Eles viriam sem treinamento e seriam capacitados para encontrar explosivos, drogas e fugitivos. No entanto, criadores acreditam que o Brasil poderia economizar cerca de R$ 600 mil para buscar a solução dentro do país.
A PF informa, no entanto, que com a doação norte-americana o único custo que a corporação teria é com o treinamento dos animais, segundo nota divulgada, a baixo custo, por policiais federais. Cabe à instituição apenas a seleção e teste de aptidão dos cães disponibilizados nas empresas que possuem relação com o governo americano.
A partir desta seleção, os cães são encaminhados ao Canil Central da Polícia Federal, localizado em Brasília. As raças escolhidas são pastor alemão, pastor belga malinois e pastor holandês.
Os cães atuam na identificação de drogas, varreduras preventivas de explosivos e munições, quando solicitados por autoridades nacionais e estrangeiras em apoio a grupos policiais especializados. A informação de que os animais seriam comprados movimentou representantes de criadores e treinadores.
Para o presidente da Kennel Clube da Grande BH, Dino Miraglia, esses cães sem treinamento não valeriam o que a PF pagaria. Se for para adquirir cães sem treinamento, isso poderá ser feito aqui mesmo no Brasil, onde há excelentes criadores, bem como excelentes profissionais, não havendo necessidade de se trazer cães de fora.
Se o valor for convertido para reais, o Governo gastaria R$ 9.360 por animal, totalizando cerca de R$ 1,64 milhão, sendo que no país, esses cachorros poderiam ser comprados por R$ 6 mil. Assim o Brasil economizaria mais de R$ 3 mil por cachorro, diz a presidente da Brasil Kennel Clube, Márcia Carreira.
Ela afirma que no Brasil há bons criadores que poderiam vender esses animais por um custo mais baixo. Ainda estamos engatinhado em relação aos outros países, mas muitos profissionais já buscam diariamente o melhoramento genético desses cães especialmente treinados para segurança.
Entre esses criadores, está o campeão nacional e melhor brasileiro em campeonatos mundiais de Agility e Trabalhos, Marcos Rangel. Para ele, não adianta chegar apenas com o dinheiro nas mãos para comprar os cães, uma pessoa qualificada deve acompanhar a PF para que o país não adquira nenhum animal com problemas físicos. O problema está em escolher o cachorro ideal. Quem for fazer o negócio, deve ficar atento para não comprar filhotes e sim aqueles com mais de 10 meses de idade.
Segundo a Polícia Federal, esses animais vão trabalhar com explosivos e drogas nos treinamentos, artigos que dependem de autorização judicial. Márcia diz que se os animais forem doados, a situação muda. É bom para melhorarmos o plantel dos animais brasileiros, reavalia.
Marcos Rangel afirma que os melhores cães são criados na Alemanha, e que países como os Estados Unidos estão no início de um melhoramento genético de cachorros policiais, importando os animais diretamente do país europeu. Para ele, os pastores holandeses ainda estão em fase de testes e não seriam os mais indicados.

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