Quando ocorreu o acidente do RMS TITANIC em 1912 durante sua “maiden voyage”, viagem inaugural, não era possível imaginar que seria a última, era algo inconcebível tal era a segurança que depositavam naquela embarcação.

Há o futuro! Será que desconsideramos riscos?

Em decorrência ao sinistro, em 1914 foi assinado o tratado marítimo conhecido como SOLAS – Safety of Life at Sea (Convenção Internacional da Vida Humana no Mar), ou seja, um trágico acidente provocou mudanças nas regras de segurança na navegação.
Creio todos concordam que acidentes acontecem e sempre irão acontecer, consternam a todos em um primeiro momento e muitas vezes mudanças nas regras de conduta são feitas, mas, com o passar do tempo são esquecidas e não consideradas como forma de prevenção de riscos.

Observo que muitos atribuem à responsabilidade em acidentes única e exclusivamente a fiscalização, algumas vezes sem conhecer competências deste ou aquele órgão ou entidade fiscalizadora, seus limites estabelecidos por legislação competente.
Agora reflitamos, a navegação é realizada em um meio aquaviário que é um espaço público, onde boas regras devem existir, serem conhecidas, observadas e praticadas por todos que navegam, empreendem negócios náuticos ou usufruem como ususários.
A segurança coletiva é construída e os riscos diminuídos quando se leva em consideração o conhecimento adquirido ao longo do tempo função das experiências, algumas vezes trágicas.

Minha bandeira no Mar de Minas está associada à necessidade de ser trabalhado a educação e a cultura náutica junto à comunidade náutica, nautas e empreendedores, assim como demais usuários com vista a forjar atores que possuem mentalidade preventiva a riscos futuros.

Não podemos pensar em construir uma sociedade justa e evoluída se seus cidadãos são forjados acreditando que seu crescimento e atitudes deva ser tutelada pelo Estado ou governos.

Diz o ditado momentos de crise na realidade são momentos de criação, de reflexão. Onde cada um de nós entra neste cenário?

Autor – Professor Antonio Carlos Mendonça Nunes


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