A aposentada Elza Figueiredo Coutinho tinha acabado de fazer 56 anos, em 2009, quando recebeu, com muita apreensão, a notícia de que estava com câncer de mama. Perdi o chão. A minha sorte é que descobri no estágio inicial e comecei o tratamento imediatamente. Hoje, estou curada, disse. O sucesso no tratamento de Elza está diretamente relacionado à descoberta da doença ainda no estágio inicial. E, para ter mais casos como o dela, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) de Minas lançou, ontem, o Programa Estadual de Controle Permanente do Câncer de Mama.
Uma das mudanças é a redução da idade mínima para a realização da mamografia – na rede pública do restante do país, o acesso ao exame é para as mulheres a partir dos 50 anos; em Minas Gerais, o exame estará disponível para aquelas acima dos 45. A idade máxima continua sendo 69 anos.
Quanto antes detectarmos a doença, maior a chance de cura. O nosso maior desafio será estimular essas mulheres a buscarem a mamografia, afirmou o secretário de Estado de Saúde, Antônio Jorge Souza Marques, durante o lançamento do programa, no Museu de Artes e Ofícios. Segundo Marques, Minas tem um número alto de casos de câncer de mama em mulheres a partir dos 45 anos. Foi com base nesses dados que fizemos essa redução na idade. E, se necessário, baixaremos para 40 anos a partir do próximo ano.
Além disso, a ordem é para desburocratizar. As mulheres não vão mais precisar marcar consulta para que o médico faça o pedido para a mamografia. Bastará procurar uma unidade básica de saúde. A intenção é diminuir a lacuna que, hoje, é de 90 dias entre, o diagnóstico e o início do tratamento, para 30 dias. Constatamos que a consulta era um dos impedimentos para a realização da mamografia, disse o secretário. Constatada a doença, a paciente será encaminhada para um dos 32 hospitais de tratamento de câncer no Estado. Se o resultado for negativo, a mulher será orientada a realizar a mamografia a cada dois anos. O investimento no programa é de R$ 10 milhões.

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