A menos de um mês do Carnaval e diante de uma forte estiagem, cidades do interior de Minas com tradição no Carnaval estudam formas para garantir o abastecimento de água para moradores e turistas. Com os níveis dos reservatórios bem abaixo do normal, há um temor de racionamento e até mesmo de falta de água durante a festa. Diante das incertezas e de uma previsão de pouca chuva nos próximos dias, Ouro Preto, na região Central do Estado, adotou nesta segunda um rodízio no abastecimento de água. Outras cidades já traçam estratégias como o fornecimento de caminhões-pipa para não perder os turistas.
?Para tudo voltar ao normal durante o Carnaval, tem que chover. Senão será difícil?, admitiu o superintendente executivo do Serviço Municipal de Água e Esgoto (Semae) de Ouro Preto, Wandeir José dos Santos. O rodízio afeta 50% dos bairros e é adotado pela segunda vez em menos de seis meses ? não há prazo para suspensão. Conforme Santos, o objetivo é ?evitar um racionamento extremo?, inclusive no carnaval, quando são esperados 70 mil turistas, dobrando a população.
Apreensão também vivem os moradores de Abaeté e Pompéu, na região Centro-Oeste. No caso da primeira cidade, a zona rural já está sendo abastecida por meio de um caminhão-pipa. ?O carnaval nos preocupa porque receberemos cerca de 10 mil pessoas durante o feriado, metade dos nossos habitantes. Espero que não tenhamos problemas, e para isso vamos fazer reuniões com a Copasa nos próximos dias para pensar em medidas para a normalidade?, contou o secretário de Cultura, José Álvares.
No caso de Pompéu, prefeitura e Copasa vão usar caminhões-pipa para atender foliões e moradores durante a festa. ?Estamos esperando pelo menos 20 mil pessoas aqui, e, caso haja a necessidade, eles serão usados. Estamos em reuniões com a Copasa, e todas as medidas para garantir água serão feitas?, disse a diretora de Defesa e Desenvolvimento do Meio Ambiente, Denise Souza.
Já em São João Del Rei, o Departamento Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Damae) começou uma campanha de conscientização do consumo de água. Nos próximos dias, segundo a assessoria do órgão, será feita uma reunião com a organização do Carnaval para avaliar a situação.
Em Diamantina, onde os foliões sofrem frequentemente com falta de água, a promessa da prefeitura é que o problema não vai se repetir neste ano, quando são esperados 20 mil foliões.
De acordo com a secretaria de Cultura e Turismo, um reservatório instalado no ano passado resolveu o problema. Detalhes da obra, porém, não foram repassados.
Realidade
A Copasa informou que está realizando um estudo sobre a água em Minas e que ?nos próximos dias irá se pronunciar sobre a atual situação do processo de abastecimento no Estado?.