Paulo Coelho

Aquele que foi, durante alguns anos, reconhecido como um dos melhores e mais bem operados Aterros Sanitários deste país, sendo apresentado como modelo pelos próprios órgãos federais e estaduais (Ministério do Meio Ambiente, Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Supram e outros); e que foi objeto de estudos para a elaboração de trabalhos científicos apresentados em Universidades deste e de outros estados da Federação; o Aterro Sanitário de Formiga, ao que tudo indica, corre sério risco de tornar-se repentinamente, o protagonista de um grande desastre ambiental.

Com a segunda célula apresentando ocupação de cerca de 80% de sua capacidade projetada atualmente; o mínimo que se deveria esperar é que os trabalhos construtivos para a liberação da terceira célula já estivessem em andamento acelerado. Porém, nem mesmo os levantamentos topográficos que devem anteceder a sua construção, foram iniciados. Depois de concluídos estes trabalhos iniciais, sabe-se que demandará tempo para a disponibilização de pessoal técnico (especializado), máquinas, veículos e para a aquisição de diversos materiais, dentre estes a geomembrana, para que a dita célula possa então, receber as 45 toneladas de lixo que em média e diariamente são produzidas pela população de Formiga.

Esta é a principal preocupação reinante entre o pessoal que atualmente opera o Aterro, que por sinal, por falta de recursos e talvez de vontade política dos atuais administradores municipais passou, não faz muito tempo, por sérios problemas que colocaram em risco sua estabilidade. Isto, exatamente em virtude da não disponibilização em tempo hábil, de máquinas e recursos, absolutamente necessários para sua operação dentro de um mínimo de segurança do ponto de vista ambiental e para o atendimento das condicionantes pactuadas quando da obtenção de autorização de funcionamento.

É consensual a opinião de que se não houver, de imediato, a liberação de verbas para o início dos trabalhos necessários para a conclusão dos projetos; assim como a liberação de máquinas e equipamentos e a aquisição do material necessário, a se manter a produção de lixo dentro dos padrões atuais e de acordo com as médias dos últimos dois anos, em dezembro, o município não terá mais condições de encaminhar para aquele local, o lixo aqui produzido.

Há ainda que se contar, além da boa vontade dos administradores e com algum recurso liberado para este fim, com o indispensável auxílio de São Pedro pois, se a ocorrência de chuvas vier em maior intensidade a partir de outubro, só com muito trabalho e com o pagamento de centenas de horas extras para motoristas, operadores e outros envolvidos na tarefa, se conseguirá cumprir a tempo esta ambiciosa, mas necessária tarefa.

Paralelamente a todo este trabalho, o dia-a-dia daquele importante equipamento público, precisa ser mantido pela mão de obra que o atende, sem a qual, as 45 toneladas de lixo que produzimos diariamente, deixariam de ser processadas agravando mais ainda o problema. Uma má notícia é que, o volume de lixo reciclado que já chegou a 10% do volume coletado é inferior a 4% o que, queiram ou não, acaba acelerando a ocupação da célula em atividade.

A coisa está se afunilando em termos de prazos e o que se espera é que este alerta produza os resultados esperados. Gente competente e ciente da realidade, a Secretaria de Gestão Ambiental dispõe em seus quadros. Se não faltarem recursos e disposição política, ainda há tempo de se evitar o desastre que infelizmente se anuncia!

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