O casal de ambientalistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, assassinado a tiros nesta terça-feira (24) em uma estrada na zona rural de Nova Ipixuna (PA), está sendo velado na manhã desta quarta-feira (25) na casa da família de José Cláudio no bairro São Félix, em Marabá. A informação é da irmã do ambientalista, Claudelice Silva dos Santos.
?Resolvemos enterrá-los somente amanhã (quinta-feira, 26), para fazermos junto uma grande mobilização, uma passeata em protesto contra as mortes e pela causa ambiental?, disse ao G1 Claudelice. O enterro será realizado no cemitério de Marabá, diz ela.
?Temos certeza de que eles foram mortos por causa da atuação na área ambiental. A polícia já nos pediu informações e estamos repassando dados, nomes de quem já teria feito ameaças. Não posso falar mais para não atrapalhar a investigação?, afirmou Claudelice.
A irmã diz que o casal tinha inimigos e que já havia registrado queixas na delegacia de polícia da cidade sobre invasões a sua residência.
A família do casal teme represálias a outras pessoas que atuam na área no Pará. Na terça-feira, o delegado Marcos Augusto Cruz afirmou que eles foram vítimas de uma ?tocaia?.
?Eles foram mortos a tiros na estrada que dá acesso ao assentamento onde residiam. As vítimas seguiam em uma motocicleta e, em determinado ponto, quando tiveram de reduzir a velocidade para passar em uma ponte, foram interceptados e atingidos pelos atiradores. Os autores do crime já estavam de tocaia. Eles esperavam as vítimas ali para cometer o homicídio?, afirmou o delegado.
?Eram pessoas que estavam inseridas em um contexto de lutas sociais. Eles eram ambientalistas, viviam em um assentamento e têm uma história de conflitos de interesses com madeireiros e fazendeiros da região?, disse.
Repercussão
A presidente Dilma Rousseff determinou que a Polícia Federal investigue o assassinato. Segundo o Planalto, Dilma ficou sabendo do assassinato pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e pediu ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para que tomasse providências necessárias junto à Polícia Federal.

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