Cinco pessoas de uma mesma família se afogaram na tarde de anteontem no rio Casca, que fica em Córrego do Jacaré, distrito rural do município de Santo Antônio do Grama, na Zona da Mata. A tragédia começou quando a mãe Luciana Marques de Oliveira, 33, entrou no rio e começou a ser arrastada pela correnteza. Logo em seguida, o companheiro dela, Elias Caetano Viana, 25, pulou na água para tentar salvá-la, mas também acabou sendo levado. Desesperados, os três filhos de Luciana – de 12, 10 e 8 anos – pularam no rio para tentar salvar o casal. Todos acabaram desaparecendo na água.
Até o início da noite de ontem, das cinco pessoas desaparecidas, foram localizados os corpos de uma das três crianças, de 12 anos, e o da mãe. O fato serve para que o Corpo de Bombeiros reforce o alerta: pular no rio para fazer o salvamento de uma pessoa – sem o devido treinamento – é muito arriscado e pode agravar a ocorrência. Somente no ano passado, 507 pessoas morreram em Minas vítimas de afogamentos. Para o resgate de alguém, os bombeiros indicam apenas jogar algum equipamento – como corda, galho de árvore, bóia – para que a pessoa se agarre.
Segundo o cabo Rivelino Ribeiro, do 11º Batalhão de Polícia Militar de Manhuaçu, o grupo de banhistas de Córrego do Jacaré era formado por sete pessoas. Dois irmãos de Elias, Marco Antônio Viana, 15, e Enísio Caetano, 27, que também se jogaram na água, mas sobreviveram, prestaram depoimento aos policiais.
Prainha
A família residia em Córrego do Bálsamo, zona rural do município de Jequeri. De origem humilde, o casal trabalhava na lavoura e as crianças estudavam em uma escola pública em Jequeri. Todos tinham o costume de ir de carroça aos finais de semana à prainha, como é conhecido o local onde as margens são formadas por bancos de areia. Segundo informações da polícia de Santo Antônio do Grama, o rio está acima do leito normal e a parte usada pelos banhistas é muito perigosa.
O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 18h de domingo pelo cabo Ribeiro, que participou da ocorrência juntamente com militares do município de Jequeri. O policial contou que ao chegar ao local dos desaparecimentos encontrou os dois irmãos em estado de choque dentro da carroça, retornando para casa. Ambos estavam muito aturdidos. Eles disseram que foi pavoroso ver um se afogando atrás do outro. Eles se salvaram por sorte, contou o cabo. O irmão mais novo de Elias revelou que conseguiu ver o corpo de uma das crianças sendo levado pela correnteza.
As buscas foram iniciadas ontem pela manhã. Bombeiros da cidade de Ouro Preto, que fica a 105 km do rio Casca, juntamente com uma equipe de apoio de Belo Horizonte, chegaram ao local ontem pela manhã, num total de 13 homens empenhados na busca. Segundo a assessoria da corporação, não haveria condições de reunir e equipar todos os homens para iniciar as buscar antes do anoitecer no domingo – dia da ocorrência.
A corporação afirmou que vai permanecer na região até que todas as vítimas sejam encontradas. Mesmo que as buscas durem uma ou duas semanas, a equipe só sai de lá depois de achar todo mundo. Se chegarem à exaustão, vamos trocando os grupos, explicou o sargento Viana, da sala de imprensa dos bombeiros.
Sul de Minas
Em Conceição dos Ouros, município que fica a 20 km de Pouso Alegre, no Sul de Minas, um adolescente de 17 anos morreu depois de salvar a irmã e a cunhada que estavam se afogando no rio Sapucaí Mirim. O rapaz não conseguiu resistir à correnteza, que acabou puxando seu corpo para o fundo. Algumas pessoas afirmaram aos bombeiros que testemunharam o esforço do jovem empurrando as meninas para a margem.
O soldado Márcio Landim, da 114ª Companhia da Polícia Militar, afirmou que a vítima morava no interior de São Paulo e sua família seria dona de um sítio na região.

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