Há 40 anos, nascia na Inglaterra Louise Brown, a primeira bebê de proveta do mundo, numa técnica que chegou para revolucionar a medicina. Louise foi a primeira das milhões de crianças que chegaram ao mundo com a ajuda da fertilização in vitro, técnica que consiste em retirar o óvulo da mulher, coletar o sêmen do homem e criar um embrião em laboratório para ser implantado no útero.

Passados todos esses anos, a técnica torna-se cada vez mais usual entre as famílias brasileiras. Dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam mais de 36 mil nascimentos anuais por meio de tratamentos de fertilização. Ainda de acordo com o Instituto, somente no Brasil foram feitas cerca de 40 mil fertilizações in vitro em 2017.

No Centro de Reprodução Humana da Rede Mater Dei, a procura pelos procedimentos de fertilidade aumenta cerca de 20% a 30% a cada ano, desde que foi criado, há cinco anos.

O crescimento exponencial pela procura do tratamento está relacionado a questões sociais ou problemas de infertilidade, de acordo com a ginecologista e coordenadora do Centro de Reprodução Humana da Rede Mater Dei de Saúde, Rivia Lamaita. “Nos dias de hoje, é muito comum as mulheres que querem adiar a gravidez.

Seja por questões de trabalho, porque querem ter produções independentes ou porque ainda precisam de tempo para constituir uma família e ter um parceiro. Outra questão que tem se tornado comum, são os casais homossexuais que sonham com filhos e recorrem ao tratamento. Há também os casos em que o casal quer resguardar os gametas previamente a um tratamento oncológico, o que chamamos de oncofertilidade “, afirma.

Hoje, as técnicas estão mais modernas e a mulher que procura fazer a fertilização in vitro encontra ainda outras possibilidades que aumentam e muito a chance de ela gerar um bebê a biópsia embrionária, que diz quais embriões vão gerar bebês saudáveis, e há o congelamento de óvulos, que possibilita gestações em idades mais avançadas. Rivia explica que há vários métodos para alcançar o sucesso no procedimento.

No Centro de Reprodução Humana da Rede Mater Dei, os pacientes têm à disposição quatro dos mais modernos, entre eles a indução da ovulação e orientação de coito; a indução da ovulação e inseminação intrauterina (IIU), a fertilização in vitro e a ovodoação. “São dois tipos de tratamento diferentes. De alta e baixa complexidade que consistem nas variações das técnicas utilizadas de acordo com a questão de cada paciente”, explica Rivia.

Entre os de baixa complexidade estão a indução da ovulação e orientação de coito e a indução da ovulação e inseminação intrauterina (IIU). A primeira técnica consiste na utilização de medicamentos para estimular o funcionamento dos ovários a produzirem folículos (pequeno cisto que contém o óvulo) e óvulos que, em geral, é monitorada com o auxílio de uma ultrassonografia.

Já a indução o da ovulação e inseminação intrauterina é uma técnica simples de reprodução assistida, onde o sêmen preparado no laboratório é colocado dentro do útero e a fertilização ocorre dentro do organismo feminino, utilizando um cateter para colocar o sêmen no interior do útero.

Hoje, no entanto, a técnica mais comum entre os casais que têm dificuldades para engravidar, é a fertilização in vitro (FIV), procedimento de alta complexidade, que consiste na estimulação ovariana a base de medicamentos para obter o maior número de óvulos e aumentar as chances da gravidez.

É o tipo de procedimento indicado aos casais que não conseguem uma gravidez após um ano de relações sexuais não protegidas. “Cerca de 10% a 15% dos casais se enquadram nesse caso, seja por incidência de infertilidade da mulher ou do homem. E o sucesso da fertilização depende de inúmeros fatores como o tipo de medicação usada na indução, resposta à medicação, presença de fatores associados”, ressalta Rivia.

De acordo com o Comitê Internacional de Monitoramento de Reprodução Assistida, mais de 8 milhões de crianças vieram ao mundo pela técnica de fertilização in vitro em 40 anos e vários avanços foram conquistados na área, entre eles o congelamento de gametas e a seleção de embriões. A partir de agora, a meta da fertilização in vitro no mundo é reduzir o número de nascimentos de gêmeos, com a transferência de um único embrião ao útero.

Essa mudança de protocolo é possível graças a técnicas mais avançadas de seleção de embriões, com testes genéticos e monitoramento por câmeras, por exemplo.

“Em apenas cinco anos de funcionamento o Centro de Reprodução da Rede Mater Dei já se tornou uma referência nesse tipo de tratamento. Temos um aumento considerável de pacientes entre 20% e 30% a cada ano, numa propaganda que é feita por nossos próprios pacientes.

Temos os equipamentos mais modernos e uma equipe inteiramente capacitada para fazer os procedimentos, sem contar que ainda temos a vantagem de estarmos instalados dentro do hospital, o que facilita ainda mais a viabilidade de qualquer procedimento que o paciente precise”, completa Rivia.

 

Fonte: Hoje em Dia||

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