O ex-líder das Farc Raúl Reyes, morto em março durante um ataque das forças oficiais colombianas ao acampamento que mantinha no norte do Equador, tentou, oficialmente, estabelecer laços entre a guerrilha colombiana e o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. ÉPOCA teve acesso, com exclusividade, a três cartas que Reyes enviou para Lula em 2003, primeiro ano de governo do petista. As correspondências foram levadas ao gabinete presidencial, no Planalto, por um parlamentar do PT. Num dos textos, Reyes manifesta expressamente o desejo das Farc de estabelecer ?relações político-diplomáticas? com o próprio Lula e com seu governo. O chefe guerrilheiro também pede uma conversa, ?pessoalmente?, com o presidente brasileiro para tratar de ?temas de benefício recíproco? (confira trechos abaixo).
Em outra carta, Reyes aproveita a chegada de Lula ao poder para tratar da presença da guerrilha na zona de fronteira entre Colômbia e Brasil. ?Queremos aproveitar para ratificar, junto ao senhor, oficialmente, a política de fronteiras das FARC-EP: nossa organização tem profundo respeito pelos povos e governos vizinhos da Colômbia. Por essas razões, nossas unidades não intervêm em assuntos internos de seus países, nem estão autorizadas para executar operações militares fora das fronteiras da Colômbia?, escreveu Reyes, em correspondência datada de 20 de março de 2003. A afirmação sobre o que o ex-chefe guerrilheiro chama de política fronteiriça das Farc precede um pedido tácito a Lula para que a fronteira do Brasil com a Colômbia pudesse ser uma zona livre para a guerrilha: ?Em troca, trabalhamos entusiasmados para fazer das fronteiras verdadeiros remansos de irmandade, concórdia e paz com nossos vizinhos, no marco de boas relações políticas de benefício recíproco?. As Farc atuam livremente na linha de fronteira colombo-brasileira, como mostrou reportagem recente de ÉPOCA
O ex-líder das Farc Raúl Reyes, morto em março durante um ataque das forças oficiais colombianas ao acampamento que mantinha no norte do Equador, tentou, oficialmente, estabelecer laços entre a guerrilha colombiana e o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. ÉPOCA teve acesso, com exclusividade, a três cartas que Reyes enviou para Lula em 2003, primeiro ano de governo do petista. As correspondências foram levadas ao gabinete presidencial, no Planalto, por um parlamentar do PT. Num dos textos, Reyes manifesta expressamente o desejo das Farc de estabelecer ?relações político-diplomáticas? com o próprio Lula e com seu governo. O chefe guerrilheiro também pede uma conversa, ?pessoalmente?, com o presidente brasileiro para tratar de ?temas de benefício recíproco? (confira trechos abaixo).
Em outra carta, Reyes aproveita a chegada de Lula ao poder para tratar da presença da guerrilha na zona de fronteira entre Colômbia e Brasil. ?Queremos aproveitar para ratificar, junto ao senhor, oficialmente, a política de fronteiras das FARC-EP: nossa organização tem profundo respeito pelos povos e governos vizinhos da Colômbia. Por essas razões, nossas unidades não intervêm em assuntos internos de seus países, nem estão autorizadas para executar operações militares fora das fronteiras da Colômbia?, escreveu Reyes, em correspondência datada de 20 de março de 2003. A afirmação sobre o que o ex-chefe guerrilheiro chama de política fronteiriça das Farc precede um pedido tácito a Lula para que a fronteira do Brasil com a Colômbia pudesse ser uma zona livre para a guerrilha: ?Em troca, trabalhamos entusiasmados para fazer das fronteiras verdadeiros remansos de irmandade, concórdia e paz com nossos vizinhos, no marco de boas relações políticas de benefício recíproco?. As Farc atuam livremente na linha de fronteira colombo-brasileira, como mostrou reportagem recente de ÉPOCA
Nas correspondências, escritas em espanhol, Raúl Reyes tratou, também, de fazer campanha contra o governo do presidente Álvaro Uribe e sua aliança com os Estados Unidos. Ele tenta obter o apoio de Lula para frente à política de Uribe. ?Consideramos oportuno informar-lhe que o governo paramilitar, ilegítimo de Álvaro Uribe Vélez, cumpre sem reparos todas as exigências do Governo de [George W.] Bush sem que ninguém o pressione, e o faz por convicção e porque está plenamente identificado com as políticas do império estado-unidense?, escreveu. Ele relaciona a aliança do governo colombiano com a Casa Branca a uma suposta ?geoestratégia norte-americana em nossa extensa e rica região amazônica?.

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