O longa-metragem ?Faroeste Caboclo?, que transforma em filme a letra de 159 versos e 9 minutos de duração composta por Renato Russo, finalmente chegará às telas de cinema. Dirigido por René Sampaio e produzido pela Gávea Filmes junto à Globo Filmes ocupa as telonas a partir de 30 de maio.
Renato Russo compôs a letra da famosa canção quando tinha apenas 19 anos, em 1979. Ela foi gravada e lançada no disco ?Que País É Este?, de 1987.
Na trama, João de Santo Cristo (Fabrício Boliveira) muda-se para Brasília e acaba virando traficante de drogas. Na trajetória obscura, conhece Maria Lúcia (Ísis Valverde) e se apaixona por ela. Jeremias (Felipe Abib), ?traficante de renome? rival, aparece e duela com o protagonista. Antonio Calloni faz o oficial corrupto Marco Aurélio e César Troncoso vive Pablo. O roteiro foi escrito por Marcos Bernstein (?O Outro Lado da Rua?) e Victor Atherino.
Uma equipe de mais de 100 pessoas, entre atores, produtores e técnicos, participou das locações em Brasília, em abril e maio do ano passado. O Polo Cinematográfico de Paulínia (SP) e o sertão de Pernambuco também serviram como locação.
Os novos personagens, garante o diretor René Sampaio, só foram criados para que a história do quarteto principal, formado por João, Maria Lúcia, Jeremias e Pablo, ficasse mais coerente. Entre eles, há um policial corrupto interpretado por Antonio Calloni e um senador, pai de Maria Lúcia (Marcos Paulo).
Os produtores insistem que o filme ?não é um clipe da música?, ainda que alguns trechos fossem fortes demais para ficar de fora, como a chegada de João a Brasília, ?bestificado com a cidade?, a Rockonha e, é claro, o duelo final.
A ideia é que os novos personagens e cenas ajudem a explicar passagens que não ficam claras na música. Por exemplo: como Maria Lúcia, menina rica, acaba se apaixonando por dois traficantes.
Já no que se refere à locação, o desafio era achar um lugar cheio de barracos em ruas de terra, como a Ceilândia de João, hoje a cidade mais populosa do Distrito Federal. A solução: Jardim ABC, bairro pobre e violento da Cidade Ocidental (GO), bem na divisa com Brasília.
Lá, a produção construiu um quarteirão cenográfico -desde a casa de João até a carpintaria onde ele tenta uma vida honesta- e mexeu com a rotina dos moradores.

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