A produção mineira de flores comestíveis vem se destacando no cenário nacional. O estado de Minas Gerais tem quase 500 produtores de flores, que ocupam cerca de 1,2 mil hectares localizados em sua maioria no Sul do Estado, Zona da Mata, região central e Campo das Vertentes.
Segundo a Superintendência de Segurança Alimentar e apoio à Agricultura Familiar da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Susaf) a produção do cultivo ocupa o 2º lugar no ranking nacional, atrás de São Paulo
De acordo com a assessora técnica da Superintendência, Thyara Rocha Ribeiro, na culinária de Minas e do Brasil é tradicional a utilização de flores solitárias como a flor de abóbora ou inflorescências, ou seja, um conjunto que inclui o brócolis, a couve-flor e a alcachofra, afirma.
A assessora explica que o preparo de pratos com espécies cultivadas como ornamentais e aromáticas, embora seja um hábito antigo em outros países, começou a ganhar força no Brasil há menos de dez anos. O produto é requisitado por restaurantes, buffets, redes de supermercados, lojas de produtos naturais/orgânicos e spas , diz ainda Thyara.
Atualmente, as flores comestíveis mais cultivadas são a capuchinha, amor-perfeito, calêndula e flor da abóbora. Thyara informa que a relação das principais espécies que compõem receitas culinárias ainda inclui a rosa, o hibisco e o borrago. As pétalas das flores comestíveis apresentam geralmente em torno de 80% de água e contêm poucas calorias. Por isso, conforme a assessora, são excelentes para compor pratos leves, muito utilizados em dietas alimentares. Ricas em vitaminas e minerais, conferem aroma e sabor característicos e dão um colorido especial aos pratos, tornando-os mais atrativos visualmente , acrescenta.
As flores comestíveis podem ser utilizadas in natura, cristalizadas ou, de forma processada, no preparo de sorvetes, bolos, geléias e bebidas. O cultivo de flores para uso na gastronomia deve ser isento de qualquer tipo de contaminação química ou biológica. O sistema mais indicado é o orgânico , enfatiza Thyara. Além disso, os produtores devem conhecer o comportamento da espécie a ser produzida, na região em que se pretende desenvolver a atividade. O ambiente pode favorecer o estabelecimento de doenças e pragas que prejudicam ou impedem a comercialização das flores, uma vez que para serem consumidas as flores devem ser cultivadas sem aplicação de qualquer tipo de produto químico , comenta.

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