A Santa Casa de Caridade de Formiga recebeu no sábado (8) 500 cápsulas do antiviral Tamiflu, usado no tratamento da nova gripe (Influenza A). Todas as unidades de saúde credenciadas no Programa de Fortalecimento e Melhoria da Qualidade dos Hospitais do SUS/MG (Pro-Hosp) no estado receberam o medicamento.
Segundo informou a farmacêutica da Santa Casa, Jaina Rocha Oliveira, o hospital tem que seguir um protocolo do Ministério da Saúde. ?O paciente com suspeita da doença passará por um clínico e será avaliada a necessidade de ser aplicado o medicamento ou não?, explicou.
Jaina Rocha contou ainda que na sexta-feira (7) a Santa Casa recebeu da Secretaria de Saúde uma quantidade pequena do antiviral para amostra.

Em Minas
O crescimento de circulação do vírus da Influenza A (H1N1) em Minas Gerais levou as autoridades de saúde a realizarem mudanças no protocolo de enfrentamento da gripe suína desde a semana passada. A mais recente delas altera a maneira de distribuição do Tamiflu, o antiviral usado no tratamento da doença.
Nesta semana foi repassado o medicamento às unidades de saúde credenciadas, antes centralizado em Belo Horizonte. O trabalho será será feito pelas 28 Gerências Regionais de Saúde (GRSs) de Minas. Segundo o Superintendente de Assistência Farmacêutica da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Augusto Guerra, neste final de semana foram enviados cerca de 50 tratamentos, com dez comprimidos cada para os 127 hospitais do interior, ligados ao Programa de Fortalecimento e Melhoria da Qualidade dos Hospitais do (Pro-Hosp).
?As regionais também receberam uma remessa reserva. A mudança foi feita para dar mais autonomia as GRSs e facilitar o acesso dos pacientes ao Tamiflu, explicou Guerra.
O Tamiflu, segundo Augusto Guerra, só pode ser indicado a pacientes considerados como pertencentes a grupos de risco (obesos, cardiopatas, grávidas etc) e se os sintomas do doente foram da nova gripe.
Na capital.
No domingo (9), o casal Sérgio Gordiano de Lima, 40, e Soraia Monteiro, 34, levou a filha de 6 anos para consultar em um hospital particular da cidade. A menina estava com todos os sintomas da gripe suína, suspeita confirmada pelo pediatra. O médico prescreveu o Tamiflu para o tratamento da criança que tem asma e os pais buscaram o remédio no posto da avenida Brasil, em funcionamento desde sábado. Em Belo Horizonte, o antiviral também está disponível nos 13 hospitais particulares credenciados, nas oito Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs), e nos hospitais Eduardo de Menezes, das Clínicas, João Paulo II, Odilon Behrens, da Polícia Militar e do Ipsemg.
Estudo faz alerta sobre medicamento para crianças
As crianças não devem consumir rotineiramente medicamentos contra a gripe, como o Tamiflu, por não haver provas de que isso evita complicações e porque os efeitos colaterais podem superar os benefícios, segundo informaram pesquisadores britânicos.
Embora a morbidade e a mortalidade na atual pandemia continuem baixas, uma estratégia mais conservadora pode ser considerada prudente, diante dos dados limitados, dos efeitos colaterais como os vômitos e do potencial para o desenvolvimento de cepas resistentes da ´influenza´, afirmaram eles.
Governos de todo o mundo criaram estoques dos medicamentos Tamiflu, da Roche, e Relenza, da GlaxoSmithKline, para combater a atual pandemia do vírus H1N1, dito da gripe suína.
Na Grã-Bretanha, centenas de milhares de doses do Tamiflu foram entregues a pessoas doentes, sendo metade delas crianças.
Mas Matthew Thompson, da Universidad de Oxford, e colegas seus escreveram na revista British Medical Journal que, embora os antivirais tenham abreviado em cerca de um dia a duração da gripe nas crianças, eles não reduziram acessos de asma ou a probabilidade de as crianças precisarem de antibióticos.
O Tamiflu também foi associado a uma maior incidência de vômitos, o que pode ser sério em crianças. A análise se baseou na revisão sistemática de sete estudos clínicos anteriores a respeito do uso do Tamiflu e do Relenza contra surtos de gripe sazonal, em crianças de 1 a 12 anos.
Thompson disse a jornalistas que não há por que achar que as conclusões não se aplicariam à atual pandemia da gripe, que é relativamente branda.

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