Por Priscila Rocha – Últimas Notícias

Formiga registrou 558 casos prováveis de dengue em 2020, de acordo com balanço da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG) divulgado na terça-feira (10). As notificações correspondem a um aumento de 377% em comparação com o mesmo período no ano passado, quando foram notificados 148 casos.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, até agora, foram registrados 43 casos confirmados da doença. Em 2019, 31 casos haviam sido notificados no primeiro trimestre do ano.

O índice de infestação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya, está muito alto. O primeiro Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti (LIRAa) de 2020, realizado em janeiro, apresentou uma infestação predial de 6,8%, um aumento de quase 200% em relação ao primeiro LIRAa de 2019, cujo valor auferido foi de 3,8% de infestação do mosquito.

 Devido a grave situação do município, no dia 10 de fevereiro, a Prefeitura decretou situação de emergência em saúde.

Com a medida, a Prefeitura criou um grupo Executivo para a intensificação do combate ao mosquito transmissor, ao qual compete desenvolver e colocar em ação o plano de contingência para o enfrentamento da anormalidade instalada. Para a efetivação das ações, a atual gestão poderá proceder à contratação temporária de pessoal pelo prazo de 180 dias, para atuar nas diversas frentes de trabalho.

De acordo com o Setor de Endemias, apesar do risco de epidemia se estender a todo o município, em 12 bairros a situação é mais grave devido ao grande número de focos do mosquito encontrados. São eles: Alto da Praia, Alvorada, Centro, Mangabeiras, Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora de Lourdes, Novo Horizonte, Sagrado Coração de Jesus, Santa Luzia, São Luiz, Vila Esperança e Vila Ferreira.

A taxa de incidência na cidade é de 826,18 no número de casos suspeitos da doença – índice considerado muito alto pelo Ministério da Saúde. No mesmo período em 2019, a taxa era de 216,30 e o município apresentava infestação média.

A taxa de incidência da doença considera não apenas o número absoluto de casos prováveis (entre suspeitos e sob investigação), mas também a proporcionalidade dos casos em relação ao tamanho da população de um determinado município.

Na região

Entre as 53 cidades da Superintendência Regional de Saúde (SRS), com sede em Divinópolis, apenas sete apresentaram alto índice de infestação. Formiga é a terceira cidade com o maior número de casos prováveis de dengue.

Pará de Minas é o município com maior número de casos, com 1.147, seguido por Campo Belo com 1.104 casos. Bom Despacho registou 289 casos suspeitos, São José da Varginha 230, Santo Antônio do Monte 183 casos e Perdição 79.

O município de Arcos é a prova de que a prevenção é a maior arma de combate à dengue. No ano passado a cidade passou por uma situação crítica de infestação. Até setembro, 3.489 casos prováveis e uma morte por dengue foram registrados no município.

Com uma taxa de incidência baixa, em 2020, Arcos registrou apenas oito casos suspeitos de dengue até agora. Divinópolis registrou neste ano, 99 casos prováveis. No mesmo período no ano passado a cidade notificou 275 casos e estava com uma taxa de incidência média.

Em Minas

Neste ano, Minas Gerais registrou 25.877 casos prováveis de dengue. Uma morte pela doença foi confirmada no município de Medina, no Vale do Jequitinhonha. Outros 15 óbitos permanecem em investigação.

Tipo 2 – a circulação do tipo 2 da dengue representa 95% dos casos da doença no Estado. O coordenador-geral de Vigilância em Arbovirose do Ministério da Saúde, Rodrigo Said, explica que o maior risco oferecido pelo tipo 2 da dengue é porque o vírus passou anos sem circular no Brasil.

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