Após o Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), realizado em Formiga, cujo resultado foi altíssimo, a Prefeitura está correndo contra o tempo, na tentativa de inibir um possível surto de dengue no município. Em entrevista coletiva, na manhã desta quinta-feira (31), a secretária adjunta de Saúde, Maria Inês Macedo, e a agente de Controle de Endemias, Ariane Costa, revelaram que há dois casos confirmados de dengue. Outro caso, com forte suspeita da doença, ainda está sendo analisado em um laboratório particular. Já o número de casos suspeitos aumentou de 4, dado divulgado no dia 18 de janeiro, para 17, até o momento da entrevista.
Segundo Maria Inês Macedo, das pessoas que tiveram a confirmação da doença, uma é moradora do Centro e outra do bairro Água Vermelha, que está inserido dentro da zona que apresenta altos índices do mosquito transmissor da dengue. A moradora do último bairro citado teria contraído a doença no Vale do Aço.
A secretária adjunta disse que para impedir que a população formiguense sofra com um possível surto da doença, ou, até mesmo, de uma epidemia, é primordial a participação dos moradores no combate à dengue, já que o levantamento apontou que 75,2% dos focos da doença foram encontrados nas residências. ?O comportamento das pessoas deve mudar. Nós somos responsáveis pela nossa saúde?, enfatizou.
De acordo com a agente Ariane Costa, existem pessoas que resistem à visita dos agentes de campo que vão às residências fiscalizar o ambiente. ?Alguns dizem que não há problemas em suas casas, que devem verificar a casa do vizinho?.
Várias medidas educativas e de orientação estão sendo tomadas pela Secretaria de Saúde para reduzir o índice de infestação do mosquito, cuja média geral registrada foi de 8,6% no município. Segundo parâmetros do Ministério da Saúde, esse número representa alto risco para a população. O grau de infestações é classificado em 0 a 0,9% de baixo risco, 1% a 3,9% de médio risco e acima de 4,0% de alto risco. Só no bairro Água Vermelha e adjacências, foram registrados 17% de infestação, número bastante superior aos parâmetros estabelecidos pelo Ministério.
A secretária adjunta disse que o fumacê, utilizado para matar larvas e mosquitos transmissores da dengue, só será aplicado em locais onde há casos suspeitos da doença, pois o produto agride o meio ambiente. Ao todo, 49 agentes trabalham visitando casas e orientado os moradores. A maioria, desses profissionais, é enviada para os bairros que apresentam altos índices de infestação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue e da febre amarela.
O Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti é realizado três vezes ao ano no município. O próximo será em março, segundo informou Maria Inês.
Durante a coletiva, a secretária adjunta contou que, em último caso, a Prefeitura poderá aplicar um sistema de multa para quem não tomar medidas de prevenção e de fiscalização em sua residência. Esse procedimento já funciona em Divinópolis, segundo informou. ?Não queremos chegar a isso. O que queremos é a ajuda da população no combate à dengue?.
Maria Inês disse que as pessoas devem ficar atentas aos sinais da doença, que são febre alta e fortes dores no corpo, e procurar imediatamente uma unidade de saúde mais próxima.
Ações de combate à dengue
No dia 8 de fevereiro, durante o Carnaval, funcionários da Secretaria de Saúde e populares sairão por ruas da cidade no 1º Bloco Carnavalesco ?Unidos Contra a Dengue?.
O Bloco promoverá uma mobilização social, para lembrar os moradores e visitantes da importância do combate aos focos do mosquito transmissor da dengue.
A concentração do bloco será no estacionamento do Supermercado Kit Sacolão, às 8h. O bloco seguirá para a Praça Getúlio Vargas, onde permanecerá até as 11h. São esperadas mais de 100 pessoas no bloco.
Também no dia 8, haverá pedágio educativo na rodovia MG-050 em parceria com a Polícia Militar Rodoviária.
No dia 18 de fevereiro, a Secretaria de Saúde realizará um Mutirão de Arrastão em todos os bairros da cidade.
A doença
O vírus da dengue é transmitido pela picada da fêmea do Aedes aegypti, um mosquito diurno que se multiplica em depósitos de água parada acumulada nos quintais e dentro das casas.
Existem quatro tipos diferentes desse vírus: os sorotipos 1, 2, 3 e 4. Todos podem causar as diferentes formas da doença.
Depois de muitos anos sem registro de nenhum caso de contaminação, o sorotipo 4 voltou a circular em alguns estados do Brasil. Especialmente as crianças e os jovens não desenvolveram imunidade contra ele. Por isso e para evitar a dispersão desse vírus, o Ministério da Saúde determinou que todos os casos suspeitos de dengue 4 sejam considerados de comunicação compulsória às autoridades sanitárias no prazo de 24 horas.
Sintomas
A grande maioria das infecções é assintomática. Quando surgem, os sintomas costumam evoluir em obediência a três formas clínicas: dengue clássica, forma benigna, similar à gripe; dengue hemorrágica, mais grave, caracterizada por alterações da coagulação sanguínea; e a chamada síndrome do choque associado à dengue, forma raríssima, mas que pode levar à morte, se não houver atendimento especializado.
Tratamento
Não existe tratamento específico contra o vírus da dengue. Tomar muito líquido para evitar desidratação e utilizar medicamentos para baixar a febre e analgésicos são as medidas de rotina para aliviar os sintomas.
Pacientes com dengue, ou com suspeita da doença, precisam de assistência médica. Sob nenhum pretexto, devem recorrer à automedicação, pois jamais podem usar antitérmicos que contenham ácido acetilsalecílico (AAS, Aspirina, Melhoral, etc.), nem anti-inflamatórios (Voltaren, diclofenaco de sódio, Scaflan), que interferem no processo de coagulação do sangue.

Fonte: drauziovarella.com.br

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