Na noite deste domingo (15), as ruas de Formiga se encheram de cores azuis dos torcedores cruzeirenses, que festejaram com carreatas e buzinaço a vitória do Cruzeiro. A Praça dos Quiosques, no Terminal Rodoviário, ficou lotada de torcedores que comemoravam animados o título do Campeonato Mineiro, conquistado pela equipe celeste. A Raposa venceu o Galo por 2 a 0, na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas.
Em um jogo muito disputado, o Cruzeiro conseguiu reverter o resultado da última competição e venceu o arquirrival, em uma tarde mais do que azul. Wallyson e Gilberto fizeram os gols celestes, para a alegria da torcida cruzeirense, espalhada por todo o Brasil.
O Cruzeiro entrou mais ?pilhado? no clássico, pressionando o Atlético, que até esboçou um equilíbrio antes dos 15 minutos da etapa inicial. Mas, era a Raposa que dominava as ações do jogo. Mesmo com o domínio, o time celeste não conseguia ser efetivo no ataque e pecava na hora de finalizar. O abuso dos cruzamentos da intermediária, sem ter um atacante referência dentro da área, era um dos erros do time celeste, que não conseguia ultrapassar a meta de Renan Ribeiro.
O Atlético até tentava sair da marcação feita pelo time da Toca da Raposa, mas sempre parava nos zagueiros Gil e Victorino, que no começo da partida atuavam de forma impecável, sem dar espaços aos atacantes do Galo.
Aproveitando esse bom momento, Roger, aos 22 minutos, recebeu um cruzamento que veio da direita. Na oportunidade, o meia chutou fraco. Era a chance da Raposa abrir o placar, mas Renan Ribeiro estava atento e fez a intervenção.
A resposta do Galo foi imediata. Aos 23 minutos, o atacante Magno Alves conseguiu se livrar da marcação de Gil, ajeitou a bola, mas, na hora do chute, pegou mal na bola, que foi por cima do gol de Fábio.
Aos 28 minutos o zagueiro alvinegro, Leonardo Silva, levou o cartão amarelo por cometer falta dura em cima de Marquinhos Paraná. Na cobrança do tiro livre, feita por Roger, Renan Ribeiro fez uma ótima defesa.
Aos 29, foi a vez de Maurício Victorino levar o amarelo. O defensor fez falta em Magno Alves, que tentava avançar pela direita do ataque atleticano.
Em uma arrancada do Galo, aos 32 minutos, Magno Alves, com boa apresentação no ataque do Galo, quase abriu o placar. Em cima do lance, Gil fez o corte.
Em um erro da defesa do Atlético, Gilberto avançou pela esquerda e tocou para o meio da área, aos 36 da etapa inicial, mas o lateral-esquerdo Guilherme Santos fez o corte providencial. No calor do jogo, aos 37 minutos, Gilberto e Mancini foram repreendidos pelo árbitro Wilson Luis Seneme, por conta de um início de desentendimento.
Aos 39 minutos, Giovanni Augusto, recebendo passe de Guilherme Santos, que aparecia mais para o jogo, quase marcou o primeiro gol do Galo. Mas, o chute que foi perigoso, passou do lado da meta celeste.
Os cinco minutos finais foram mais disputados, com o Cruzeiro diminuindo suas investidas e o Atlético ponderando mais o jogo. Este equilíbrio se evidenciou, pelo menos no scout de desarmes. Ao final da primeira etapa, 17 para cada lado.
Aos 45 minutos, Mancini recebeu o amarelo por criticar o árbitro da partida. ?É de casa?, teria dito o atleticano ao juiz, em relação a um possível benefício ao time mandante. Seneme, que não deu mole para o atacante alvinegro, aplicou o cartão no atleta. Aos 49 minutos, Serginho deu uma ?voadora? em Henrique e, também, foi amarelado.
Segundo tempo
Na segunda etapa, Dorival Júnior resolveu mexer no time. O treinador alvinegro fez duas mudanças, ainda no intervalo, no meio-campo do Galo. Ele sacou Mancini, que já estava amarelado, e colocou o volante Richarlyson. No lugar de Renan Oliveira, colocou o garoto Leleu. O comandante preto e branco tentava acertar a meia cancha de seu time, para dar mais mobilidade ao setor.
Mesmo com as mudanças, era o Cruzeiro que demonstrava maior posse de bola. Aos 6 minutos, Gil se projetou na área, após cobrança de escanteio, cabeceou a bola que, caprichosamente, saiu por cima do gol de Renan Ribeiro.
Precisando do resultado, o Cruzeiro foi pra cima. Aos 11 minutos, Roger perdeu uma grande chance. Em um contra-ataque fulminante, Thiago Ribeiro serviu o companheiro. Posicionado no meio da área, de frente para Renan Ribeiro, Roger chutou pelo lado esquerdo da meta alvinegra. A torcida foi à loucura.
Aos 18 minutos, Cuca resolveu ir para o tudo ou nada. Ainda com o 0 a 0 no placar, o técnico Cruzeirense, que até então não tinha mexido no time, tirou Éverton, que jogava na lateral, e colocou o atacante André Dias. Gilberto passou a atuar na esquerda.
Mas, aos 21 minutos, um susto para o Cruzeiro. Leandro Guerreiro perdeu a bola no meio-campo e, Magno Alves, que estava atento, pegou a sobra. O atacante alvinegro subiu ao ataque e, livre de marcação, soltou uma bomba em direção ao gol, de Fábio. O arqueiro celeste, atento no lance, fez a defesa em dois tempos.
O Cruzeiro dominou praticamente o jogo todo. Dava poucas chances ao Galo. Aos 24 minutos, mesmo sem ângulo, Renan Ribeiro precisou fazer outra grande defesa. Dessa vez, em uma avançada de André Dias. O Cruzeiro era só pressão.
No contra-ataque, o time preto e branco fazia o que podia e tentava acertar o seu jogo. Com Richarlyson e Leleu, o Galo segurava as investidas do Cruzeiro. E, em um lance rápido, de roubada de bola, Bernard chegou a ficar cara a cara com Fábio. Mas, o Atlético não tinha a tranquilidade para finalizar.
Nos últimos minutos o Atlético ganhou corpo e começou a sair jogando e, claro, chegando à frente com muito perigo. Por isso, Cuca resolver mexer mais duas vezes. Fabrício entrou no lugar de Henrique, para dar mais gás na meia cancha celeste. E, o zagueiro Léo, entrou no lugar de Roger, que cansou.
Aos 28 minutos, Fábio salvou a Raposa. O goleiro fez uma defesa espetacular. No lance, Magno Alves perdeu a melhor chance do Atlético no jogo. Após driblar o arqueiro celeste, Magnata, ainda conseguiu, de forma milagrosa, ser desarmado pelo camisa 1 celeste. Um lance fenomenal. Era o início da arrancada azul em busca do título.
Aos 30 minutos, Wallyson resolveu a parada. O atacante recebeu lindo passe pela esquerda, dominou, penetrou na área e arrematou para o gol. O lance levantou a torcida, que lotou a Arena do Jacaré. Era o 1 a 0 da Raposa, placar que já dava o título ao Cruzeiro.
Mesmo com o gol, a equipe azul continuava no ataque. Thiago Ribeiro, que avançava com certa tranquilidade, por conta dos erros de marcação do Galo, sofreu falta de Serginho, que era o último defensor alvinegro. Seneme aplicou, por conta da infração, o cartão vermelho no volante alvinegro, que no primeiro tempo já tinha sido advertido com o amarelo.
Aí, a fatura foi liquidada. Com um a mais em campo, Gilberto, aos 42 minutos, aproveito a oportunidade e acabou com o sonho dos atleticanos em comemorar o bi. Com um chutaço, após cobrança de falta, o lateral do Cruzeiro fez o gol que tirou todas as esperanças alvinegras. Na comemoração, o atleta desabafou em frente ao banco de reservas do Galo.
Logo após marcar o gol que confirmou o título, o lateral esquerdo-celeste cometeu uma falta no meio-campo e foi expulso.
E o jogo terminou assim. Em um completo domínio azul, o Cruzeiro levantou o seu 36º título mineiro. Festa celeste em toda Minas Gerais.

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