Um menino que constava no cadastro de pessoas desaparecidas de Minas Gerais desde 2014 foi encontrado pela Polícia Militar na manhã desse domingo (22) em Caldas (MG), após um colega de escola reconhecer a foto dele em uma conta de luz. A mãe foi presa e o padrasto foi conduzido à delegacia, mas liberado horas mais tarde. A mãe, acusada de sequestrar o próprio filho, também é suspeita de adulterar a certidão de nascimento da criança para que ela não fosse localizada pelo pai, com quem tinha desavenças por conta da guarda do menino.

A criança vivia em Pitangui quando desapareceu. O garoto, que hoje tem 8 anos de idade, foi encontrado morando em Caldas com a mãe e a nova família que ela constituiu. Ela se casou com outro homem, com quem hoje tem uma filha de 1 ano e meio.
“Uma criança, mexendo na conta de luz da casa, viu a foto do menino na parte de pessoas desaparecidas e falou para mãe que aquele era seu colega de escola. A mãe do menino comentou com um conselheiro tutelar. Eles acabaram achando uma certidão da criança, nos procuraram no quartel e a gente viu que tinha alguma coisa errada”, conta o tenente da Polícia Militar, Wilson Marfório Mendes.

Minas Gerais possui um cadastro geral de pessoas desaparecidas e o material é divulgado por meio de parcerias. As concessionárias que prestam serviços nos setores de água e energia elétrica, por exemplo, dedicam um espaço para esse tipo de divulgação nas contas enviadas aos clientes, com foto, nome e data do desaparecimento da pessoa.
De acordo com o tenente, a mãe do menor adulterou a certidão de nascimento da criança, trocando o sobrenome dela para o do atual marido e modificando o nome de parte dos avós.

“Ela disse que nunca chegou a morar com o pai da criança e que tinha problemas com ele por causa da guarda do filho. Na versão dela, quando disse que resolveria a questão na Justiça, o pai do garoto a teria ameaçado, então ela foi embora de Pitangui com o filho. Mudou-se primeiro para Poços de Caldas (MG), onde se casou com um caminhoneiro, que ela já conhecia”, explica o tenente.

Conforme o relato colhido pela polícia, depois de Poços de Caldas, o casal se mudou para o distrito de Santana de Caldas, na zona rural, e, em seguida, em novembro de 2016, foi para uma casa no Centro de Caldas. Localizada por volta das 7h deste domingo, a mãe disse que precisou modificar a certidão do filho para que o pai não os localizasse e a criança pudesse estudar.
A mulher já possuía contra ela um mandado de prisão em aberto, desde o início de 2015. Ela era acusada pelo ex-companheiro de tentativa de homicídio. Detida pela PM, a mulher também pode responder ainda pelos crimes de falsificação de documentos públicos e uso de documentos falsos. Já o marido dela foi liberado porque a Polícia Civil não constatou que houve flagrante delito.

De acordo com o delegado Cleison Brene, que cuida do caso, a criança vai ficar com a família do padrasto, por enquanto. “Como ele [o pai] queria levar o filho imediatamente para outra cidade, em Pitangui, foi decidido que, para o menor prejuízo possível para criança, ela ficasse no ambiente em que já se encontra”, explicou Brene.

Por telefone, o pai de Marques, o engenheiro Alex Sandro Abel Fonseca, de 45 anos, disse estar indignado com a decisão. “Eu viajei para ver meu filho e me negaram”, disse ele.

 

Fonte: G1 ||http://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/2017/01/crianca-desaparecida-em-mg-e-reconhecida-por-colega-de-escola.html

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