O jornal Nova Imprensa noticiou em primeira mão, na sexta-feira passada, dia 20, que o Frigorífico Formigão seria fechado, decisão tomada pela proprietária do estabelecimento, Islene Ghelli, que apontou como motivos a pressão da fiscalização estadual e federal e a pouca atuação da Vigilância Sanitária de Formiga, bem como de outros órgãos fiscalizadores que, segundo ela, fecham os olhos à prática do ?frigomato?.
Islene Ghelli disse ainda à reportagem do Nova Imprensa que ?a obtenção do Guia de Transporte Animal (GTA) está sendo dificultada pelas exigências do IMA [Instituto Mineiro de Agropecuária]?, uma vez que o número de suínos e bovinos comercializados diariamente em Formiga é infinitamente superior ao de cabeças abatidas no frigorífico, o que evidencia o abate clandestino.
A notícia gerou espanto e mobilização na cidade, uma vez que, além de comprometer a qualidade da carne consumida, ainda gera desemprego, pois, conforme informou a empresária, 12 funcionários já teriam sido dispensados e outros 38 seriam demitidos.
Esse assunto foi discutido na Câmara Municipal na segunda-feira, dia 23, quando os vereadores comunicaram que se reuniriam com o prefeito Aluísio Veloso/PT e a proprietária do frigorífico para buscarem soluções. Na terça-feira, dia 24, o prefeito Aluísio se dirigiu à sede do IMA, em Oliveira, para discutir o assunto. Já na quarta, dia 25, houve uma reunião no gabinete do prefeito com representantes do frigorífico, açougueiros, secretários municipais e a chefe da Vigilância Sanitária de Formiga, Fernanda Pinheiro Lima.
Segundo o chefe do setor de Comércio e Indústria, Carlyle Ribeiro, a princípio, a decisão de fechar o frigorífico foi adiada. Durante os dias 30 de março e 5 de abril, o frigorífico irá paralisar as atividades, mas apenas para algumas reformas, já atendendo a algumas das exigências do IMA.
Como informou Carlyle Ribeiro, o prefeito Aluísio se comprometeu a apertar o cerco quanto à fiscalização da Vigilância Sanitária nos açougues para acabar com o abate clandestino. Os açougueiros também fizeram compromisso de combaterem a prática do ?frigomato?, assim, a proprietária do frigorífico decidiu não fechar o estabelecimento.
?Se o frigorífico tivesse que cumprir todas as exigências dentro do prazo estabelecido não teria como, porque tem algumas exigências pesadas. Mas, segundo informou o prefeito Aluísio, o IMA demonstrou boa vontade de prorrogar os prazos?, comentou Carlyle Ribeiro. ?O melhor fiscal que temos é o consumidor que, quando chegar em um açougue e ver que a carne não tem qualidade, não deve comprar o produto desse estabelecimento. Se o povo não colaborar nessa fiscalização, a Prefeitura sozinha não dá conta não?, completa.

COMPATILHAR: