Amanheceu fechada neste domingo (3), pelo décimo dia, a fronteira entre Brasil e Venezuela em Pacaraima (RR). A expectativa era de que a passagem, bloqueada por ordem do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, fosse permitida a partir de quinta (28), o que ainda não ocorreu.

No sábado (2), o autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, anunciou que voltará ao país natal esta semana, enquanto isso, promove um giro em países sul-americanos em busca de apoio para tentar derrubar o regime chavista.

O autoproclamado presidente venezuelano já esteve na Colômbia, onde participou de um show humanitário, o Venezuela Aid Live, depois se reuniu com presidentes do Brasil, Paraguai, Argentina e, neste sábado (2) chegou ao Equador, onde se encontrou com Lenín Moreno.

Ao retornar, Guaidó poderá ser preso, uma vez que viajou contrariando uma ordem judicial que o proibia de deixar a Venezuela. Em contrapartida, convocou novas manifestações e pediu que o povo venezuelano tome as ruas na segunda e terça-feira. “Temos pouco para comemorar e muito para fazer, por isso vamos pedir protestos nesses dias. Sempre dentro da Constituição”, afirmou.

Morre 2º indígena em Boa Vista

Na noite de sábado (2), mais um indígena venezuelano ferido no primeiro confronto registrado na Venezuela morreu em Boa Vista. Rolando Garcia Martinez, 52, estava internado no Hospital Geral de Roraima (HGR), em Boa Vista, desde o dia 22 de fevereiro e seu estado era considerado grave.

Na quinta (27), o também indígena Kliver Alfredo Perez Rivero, 24, também morreu no HGR. Os dois foram atacados com arma de fogo na comunidade San Francisco de Yuruaní, por militares de Nicolás Maduro que tentavam proibir a passagem de venezuelanos para buscar ajuda humanitária no Brasil.

O hospital de Boa Vista mantém o atendimento a outros 20 venezuelanos feridos em confrontos internos no país vizinho. A maioria deles foi alvejada logo após a fronteira com o Brasil ser fechada por ordem de Nicolás Maduro.

Empresários tentam acordo com Maduro

Com os prejuízos causados à economia de Roraima desde o fechamento da fronteira entre Brasil-Venezuela, um grupo de empresários roraimenses se encontrou com ministros de Maduro no sábado para tentar um acordo e restabelecer o comércio entre os dois países.

Eles estiveram em Caracas a convite do governo venezuelano e, apesar da solicitação, os ministros informaram que a abertura da fronteira só pode ser determinada por Maduro.

O estado deixa de exportar cerca de R$ 5 milhões todos os dias com o fechamento da fronteira. O prejuízo também já toma conta das ruas de Pacaraima, cidade que faz fronteira com a Venezula: “dependemos dos venezuelanos”, dizem.

 

Fonte: G1 ||https://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/2019/03/03/fronteira-entre-brasil-e-venezuela-em-pacaraima-amanhece-fechada-pelo-10o-dia.ghtml

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