Quando votei em 2014, para valer até 2018, tinha em mente: eleger uma presidentA, que tinha fama de durona e que ia colocar os marmanjos da política “na linha”; que iria gastar somente em projetos que iriam melhorar a vida do povo, construir casas populares, combater a inflação, preservar os empregos, continuar prestigiando a polícia federal, avançar nos projetos de educação, nos projetos de saúde, de segurança, defender os direitos das mulheres, dos povos indígenas e dos quilombolas.
Fiquei atento a todos os debates em que ela participou e fiquei certo de que tudo o que disse acima eram seus projetos.
Muitos acreditaram neles e ela foi reeleita.
Logo depois, ela começou a ter dificuldades em cumpri-los.
Forças poderosas se juntaram para derrubá-la.
Inventaram uma tal de pedalada fiscal e a tiraram do poder.
Criaram artifícios jurídicos, porém nenhum que estivesse dentro da Constituição Federal. E colocaram o vice.
Hora nenhuma, em 2014, pensei em vice.
Hora nenhuma pensei que o vice, no qual não votei, iria dar ou estar por trás de um golpe, insuflado pelo capitalismo nacional e internacional.
Hora nenhuma, antes da eleição, o vice apresentou ou falou de seus projetos, se é que os pudesse mostrar. Só sei que, até agora, nenhum deles me interessaria. Eu não votaria neles.
Onde foi parar o deputado em quem votei? Ele havia me assegurado que iria defender os Direitos Humanos, os Sem-Terra organizados, os projetos que melhorassem a vida da população, os direitos adquiridos dos trabalhadores. Hora nenhuma ele me disse que iria defender os banqueiros, as multinacionais e os grandes capitalistas, que só pensam em explorar o povo.
O que aconteceu? Acho que, quando ele viu diversos colegas votando “pela mãe, pela tia, pela rainha da Inglaterra”, ele desistiu de seus projetos de campanha e sumiu.
Resta agora a esperança de achar alguém, não-indiciado, não-processado, que me apresente os mesmos projetos de 2014 para que eu, mais uma vez, no máximo em 2018, possa acreditar que o meu voto vai valer. O de 2014, está definitivamente perdido, foi furtado.
