O ex-presidente do PT José Genoino (PT-SP) assumiu uma vaga de deputado evitando fazer previsão futura sobre a permanência no mandato, reafirmando inocência no processo do mensalão e deixando claro que não afrontará os Poderes da República. Condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha a seis anos e 11 meses de prisão, Genoino repetiu diversas vezes, durante 35 minutos de entrevista após a posse, o artigo da Constituição garantindo que ninguém será considerado culpado até trânsito em julgado de sentença penal condenatória.
E, nesta condição, Genoino afirmou estar cumprindo o seu dever de deputado federal. Me sinto confortável, porque estou cumprindo as regras, a Constituição e as normas do país. Fui eleito com 92.326 votos e estou no dever legal, correto e justo de cumprir a Constituição, disse.
Ele reafirmou sua inocência: Eu tenho a consciência serena dos inocentes. Mais cedo ou mais tarde, a verdade aparecerá.
Genoino citou o mesmo dispositivo constitucional para rebater os que consideram a sua posse como deputado uma afronta ao Supremo. Ele evitou a polêmica sobre a quem cabe o poder de cassar o mandato dos condenados no processo: ao Supremo, como defendem alguns ministros do tribunal, ou ao plenário da Câmara, como argumenta o presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS). Esse assunto compete aos Poderes constituídos. Não darei motivo nem serei motivo para qualquer crise entre os Poderes, declarou. Sem saber por quanto tempo poderá ficar no exercício do mandato, Genoino disse que atuará na Câmara como sempre trabalhou nos seus seis mandatos anteriores. Não tenho previsão de quanto tempo ficarei na Câmara. Exercerei o mandato a cada dia, disse.
O petista transferiu para o advogado os questionamentos sobre o processo do mensalão e a possibilidade de sua prisão. Sobre o processo, fala o meu advogado, disse Genoino.
A entrevista com o recém-empossado deputado foi acompanhada pelo líder do PT na Câmara e irmão de Genoino, José Guimarães (CE), e pelos deputados petistas José Mentor (SP), Ricardo Berzoini (SP) e Sibá Machado (AC).

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