O goleiro Bruno Fernandes pode confessar, durante o julgamento, a participação no assassinato de Eliza Samudio. A nova estratégia foi sugerida pelo advogado Tiago Lenoir, que se juntou à defesa do jogador na terça-feira (20) após a saída de Rui Pimenta do caso. Lenoir publicou no Twitter, na segunda-feira, que Bruno e Macarrão deveriam assumir o crime para, se condenados, saírem da prisão em menos tempo. Até então, a defesa do jogador trabalhava na tese de que não houve crime e defendia que Eliza está viva.
O Bruno e Macarrão deveriam confessar o crime de homicídio e negar a ocultação de cadáver e sequestro. Daí pega 6 anos e volta a jogar bola (sic),dizia o texto do advogado. Caso o jogador assuma o assassinato, ele poderá responder por homicídio qualificado privilegiado (quando o assassino age sobre forte emoção), e não por homicídio triplamente qualificado. Segundo o jurista Luiz Flávio Gomes, a diferença entre os dois é o tempo de cumprimento da pena em regime fechado. Em caso de pena máxima, de 30 anos, na primeira possibilidade, eles teriam que ficar no regime fechado por 1/6 do tempo total, ou seja, cinco anos. Na segunda possibilidade, o tempo é de 40%, ou 12 anos.
Lenoir admitiu que essa é uma das possibilidades, mas disse que Bruno não está disposto a assumir o crime. Tudo pode acontecer. Mas ele não quer confessar, afirmou. Questionado se o jogador cometeu o crime, ele titubeou e, em seguida, negou.
Para Luiz Flávio Gomes, a defesa de Bruno vive um clima de instabilidade. O grande sonho deles é esse. Fugir do crime hediondo e alegar que Bruno cometeu o homicídio sob forte emoção, pelo envolvimento do filho. Mas não vejo ambiente para a confissão, afirmou. Caso Bruno assuma, de fato, o crime, quem vai decidir se foi homicídio privilegiado ou não serão os jurados.
Perfil
Moreira publicou outras frases polêmicas no microblog, anteontem. (…) na prática a defesa vai continuar falando asneiras e o Bruno será condenado a mais de 38 anos. Aposto uma cx de cerveja (sic).
Ele afirmou ainda: (…) defesa de Bola deu um tiro no pé com este desmembramento, pois o réu será julgado com os outros dois que possuem provas fracas. No fim da tarde de ontem, ele tentou explicar as declarações alegando que se pronunciou como professor, e não como advogado. Lenoir leciona direito na PUC Contagem e na Faculdade Izabela Hendrix. Ele já atuava na equipe do advogado Francisco Simim. Eu estava mais concentrado no caso da Dayanne, agora, vou me aprofundar melhor no do Bruno. Por enquanto, nosso objetivo é defender a inexistência do crime, afirmou Simim.

COMPATILHAR: