A paixão dos torcedores pelos álbuns de figurinhas da Copa do Mundo 2018 despertou a atenção dos criminosos. Mensagem em circulação no WhatsApp promete dar como prêmio o livro ilustrado e mais cem adesivos para quem clicar em um link e fornecer dados pessoais. Porém, o que parece ser uma promoção atraente, na verdade, está levando o usuário a cair em um golpe.

O texto começou a ser propagado em massa neste mês no Brasil, informou a Eset, empresa especialista em programas de segurança digital e que identificou a fraude.

Assim como essa, inúmeras mensagens com “ofertas imperdíveis” se multiplicam no ambiente virtual e contribuem para o aumento das ocorrências de estelionato em Minas Gerais. No total, em 2017, foram 34.712 casos – acréscimo de quase 9% em relação ao ano anterior. “O acesso facilitado à internet e o anonimato fazem com que o criminoso migre a prática para locais onde encontra vítimas em potencial”, frisa Rodrigo Bustamante, chefe da Divisão Especializada em Investigação de Fraudes da Polícia Civil.

Segundo ele, roubo de dados pessoais e bancários e cadastro em links falsos para contratar serviços não solicitados são delitos comuns praticados por meio da internet. Os estelionatários também lançam mão de falsas notícias sobre saques do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e do 13º salário, por exemplo, para fisgar as vítimas.

A mensagem é tentadora para quem não quer desembolsar pelo menos R$280, caso não compre figurinhas repetidas, para completar o álbum da Copa do Mundo 2018. Para o matemático Sebastião de Amorim, professor do Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica da Unicamp, para levar a brincadeira até fim, são necessários 280 envelopes que, vendidos a R$2 cada, dá um desembolso total de R$560.

Em alerta

Rodrigo Bustamante diz que ainda não houve registro do golpe do álbum de figurinhas em Minas Gerais. Porém, todo cuidado é pouco quando se trata do ambiente virtual.

Especialista em direito digital, o advogado Alexandre Atheniense reforça a necessidade de conscientização do internauta, que muitas vezes age por impulso ao receber uma proposta tentadora. “É preciso procurar saber se a mensagem recebida é ou não verdadeira e não clicar em todos os links recebidos e inserir dados pessoais que são facilmente roubados e usados de forma ilícita”, observa.

Em grande parte das ocorrências, a vítima só descobre o golpe ao receber cobranças por empréstimos contraídos ou consultar o extrato bancário, que vai apontar saques e transferências on-line indevidos.

Guardar as provas da fraude ajuda nas investigações, coloca o delegado Rodrigo Bustamante. “As provas devem ser apresentadas no registro da ocorrência, em qualquer delegacia. Hoje, aplicamos metodologias específicas nas apurações. Se uma pessoa fez um depósito e viu que caiu em um golpe, por meio do número da conta bancária é possível rastrear os autores”, complementa.

Caiu no gosto

Por ser um aplicativo popular, o WhatsApp tornou-se uma alternativa “eficiente” para os ataques virtuais. Só no Brasil são cerca de 120 milhões de usuários ativos, conforme a Eset.

“Infelizmente, as pessoas só procuram saber de segurança no uso da internet depois que caem no golpe. O ideal é procurar se informar antes”, afirma Camillo Di Jorge, da área de Segurança da Informação da empresa.

Editoria de Arte / N/A

 

Fonte: Hoje em Dia ||

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