A partir de dezembro, as gestantes que optarem pelo parto normal terão direito a um quarto específico para o procedimento, com leito e banheiro, em todas as maternidades do país. A idéia é que o ambiente seja adaptado a todas as etapas do nascimento do bebê, que inclui os procedimentos realizados antes, durante e depois do parto.
A medida faz parte de um conjunto de normas para maternidades lançado ontem pelo Ministério da Saúde, em parceria com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e vale para a rede pública e privada. As unidades de saúde serão orientadas a estimular a evolução natural do trabalho de parto e a adotar medidas para aliviar as dores da grávida, sem necessariamente usar medicamentos.
De acordo com o ministério, as futuras mudanças estruturais nas unidades de atenção obstétrica e neonatal vão permitir maior controle dos possíveis riscos à gestante e ao bebê, reduzindo assim os índices de mortalidade materna e de recém-nascidos.
Hoje, 43% das gestantes preferem a cirurgia. Às vezes os próprios médicos estimulam a cesárea. Para o coordenador de ginecologia e obstetrícia da rede de saúde do Distrito Federal, Avelar Holanda, a preferência pela cirurgia é uma questão de cultura. O acompanhamento e a paciência para o parto normal não são ensinados nas faculdades, e isso terá que ser modificado. O médico terá que se adaptar e acompanhar o parto normal, explica o obstetra. Entretanto, algumas mães, como a vigilante Daniela Zago, sempre sonharam com o parto normal. Eu nem lembro mais da dor do parto, isso não existe pra mim. Só de você ver o rostinho do bebê e amamentar, você esquece tudo, ela garante.
Por ano, são registrados cerca de 3 milhões de nascidos vivos no país, sendo que quase 2,1 milhões nascem nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Deste total, 1,4 milhão corresponde a partos normais e 670 são cesarianas.

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