Estamos convictos que sim! Acreditamos ser este o sentimento reinante dentre os milhares de seguidores das redes sociais que, em grupos diversos, têm se dedicado de corpo e alma na defesa da ideia de se manter cotas mínimas 762 e 663, respectivamente, nos lagos de Furnas e Peixoto.

Aliás, esta reivindicação se revigorou, e muito, a partir da aprovação da Pec. 52, de autoria do deputado Professor Cleiton, que contou com o apoio da quase unanimidade dos componentes da Assembleia Legislativa mineira. Agora, promulgada, transformou-se na Emenda Constitucional no. 106, que tramita na esfera estadual a caminho de seu registro no Livro de Tombos para, então, segundo nos informam, ser apresentada pelo nosso governador de Estado às autoridades federais, exigindo delas as providências necessárias ao seu integral cumprimento.

Esta luta, encetada por alguns de nós há décadas, hoje como ontem, procura garantir ao povo mineiro a manutenção do direito inalienável e constitucional do uso múltiplo das águas. 

Nos últimos anos, isso tem sido negado a milhares de mineiros, pura e simplesmente para se privilegiar, ou melhor, garantir, em qualquer tempo, de chuva ou de sol, o funcionamento de uma hidrovia localizada fora dos limites deste Estado.

Reconhecemos que ela atende, sim, aos interesses nacionais, pois se trata de uma via de escoamento de produção, em especial da agrícola, propiciando que o agronegócio reduza seus custos de transporte e se viabilize ao concorrer com outros players no mercado internacional.

Porém, uma obra importante de derrocamento de pedral, que deveria estrar concluída desde 2019, apesar dos recursos nela aplicados, por razões que aqui não vale a pena discorrer, paralisada há anos, ainda está em fase de estudos junto aos órgãos federais que cuidam de tal assunto. A notícia que se tem é a de que talvez, se tudo der certo, tal obra se concluirá em cinco ou mais anos.  

Enquanto isto, os mineiros que se virem! Pois, ao que se sabe, as águas de Furnas, que deveriam ser escoadas apenas para permitir a produção de energia, vêm sendo desviadas para esta outra finalidade, causando aqui, desemprego, prejuízos econômicos e sociais, além da devastação ambiental que a transformação de nossas extensas vargens em pântano nos traz.

Se é verdade que crime ambiental não prescreve, a pergunta que não quer se calar é: como esta empresa, que sequer dispõe de licenciamento ambiental regular, ainda opera?  E atendendo, segundo informa um de seus diretores, apenas a regras impostas pela Aneel, ONS e Ana – as quais não passam de penduricalhos criados com o objetivo de manter o controle operacional e a obediência às regras que deveriam garantir o uso regular das águas, observada a defesa ambiental e outras exigências que se cobram dos usuários.

Acreditamos que São Pedro, que dizem ser quem regula as torneiras “lá em cima”, cansado de ouvir, em enfadonhas reuniões, as explicações de que a culpa é da falta de chuvas,  ele, chegado que é ao Chefe, conseguiu agora, o milagre da indicação do Professor Djalma, ilustre prefeito de Cristais, para assumir a presidência da Alago.

Para quem não sabe, a Alago é a entidade que reúne e representa todos os municípios lindeiros e este presidente, assume informando que seu compromisso principal é o de lutar incansavelmente para garantir o estabelecimento da cota 762, como mínima.

Djalma, que é professor aposentado da UFMG, PUC e CEFET, e ex Pro-Reitor da PUC, especializou-se em hidroeletricidade, portanto, conhece do ramo além de morar nas margens do lago (quando aqui tem água) e sente na pele, há anos, o que fez com que a população mineira soltasse este grito de revolta.

E assim sendo, como de costume, justificamos o título deste editorial, dizendo a você, leitor, que acreditamos piamente que a ajuda divina de fato está se materializando por aqui e, que a vitória dos novos inconfidentes mineiros está a caminho.

 São Pedro certamente saberá como se desculpar com São Paulo, afinal, eles são do mesmo time.

Bem vindo, professor Djalma. Saiba que do lado de cá, temos um exército composto por milhares de participantes de grupos sociais, prontos para o que der e vier, se necessário for!

A Constituição Mineira, que já abriga a Emenda 106, será sim, custe o custar, respeitada, nos garantindo para sempre o direito que nos foi surrupiado!

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