Servidores públicos de Belo Horizonte (PBH ) decidem pela manutenção da greve, que começou na última terça-feira (30). A continuidade do movimento foi discutida em assembleia, na Praça da Estação, na manhã desta quinta-feira (9). Após a reunião, eles fizeram mais uma manifestação no centro da capital.
A categoria deixou a Praça da Estação com destino à porta da prefeitura, na avenida Afonso Pena. Durante o deslocamento, eles ocuparam uma das faixas da rua da Bahia e da avenida Amazonas com Espírito Santo. Por causa da passeata, o tráfego ficou lento na região central. De acordo com a Batalhão de Trânsito da Polícia Militar (PM), cerca de 1.800 manifestantes participaram do protesto.
Os servidores reivindicam reajuste salarial de 22%, aumento do vale-alimentação de R$ 15 para R$ 25, abertura de concursos públicos para pôr fim à terceirização na prefeitura, além de melhores condições de trabalho. No entanto, a prefeitura propõe reajuste de 6,2% e R$ 1 a mais para alimentação, mas a proposta foi rejeitada. Rejeitamos de novo a proposta apresentada pela prefeitura de zero de reajuste para 2013 e de 6,2% a partir de dezembro, explica Célia Lelis, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel).
Nesta sexta-feira (10), os servidores participam de uma audiência pública na Câmara Municipal de Belo Horizonte, às 9h.
Atendimento
A manifestação é formada por servidores das áreas administrativa, fiscalização, saúde, educação, além da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU). Por causa da greve, escolas e postos de saúde funcionam em escala reduzida. A saúde é o setor com maior adesão ao movimento.
A Prefeitura entrou com uma ação no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) para exigir que, durante a greve, sejam cumpridos os 30% do efetivo de profissionais nas unidades de saúde da capital. O prefeito Marcio Lacerda alega que alguns postos estão praticamente sem nenhum funcionário. O sindicato admitiu deficiência em postos, mas informou que a greve não desrespeita a lei. Só temos menos de 30% do efetivo em serviços de saúde que não são de urgência ou emergência, como nos postos, disse a presidente do Sindibel.
Comércio varejista
As manifestações dos servidores realizadas nos últimos dias já geraram perdas para o comércio varejista de Belo Horizonte. De acordo com pesquisa realizada pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), no período de 3 a 7 de maio, com cem empresários do Hipercentro, Savassi e Barro Preto, a queda nas vendas foi de 30% segundo 75,01% dos entrevistados. Os que acumularam prejuízos de 41% a 50% totalizam 12,5% dos empresários; de 31% a 40% (9,38% dos entrevistados); e de 51% a 60% (3,13%). Os empresários que consideraram que as manifestações têm prejudicado as vendas totalizam 57,95% dos entrevistados.
A queda no fluxo de clientes foi observada por 50,82% dos entrevistados. Ela foi de até 40% para 92,86% dos empresários. E de 41% a 50% para 3,57% e de 51% a 60% para também 3,57% dos entrevistados.
Além da queda no volume de vendas, os transtornos que as manifestações trazem para os negócios, citados pelos entrevistados são: o trânsito atrapalha o fluxo de clientes, problemas com a entrega de encomendas, insegurança em função dos congestionamentos, barulho dos automóveis e a sujeira nas ruas espanta os clientes.
A pesquisa também apontou que os funcionários têm demorado mais no trajeto trabalho/casa. Segundo 72,1% dos empresários, os funcionários têm tido dificuldades para chegar em casa em função do congestionamento das principais vias de acesso às residências.

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