Os hipertensos precisam ter cuidados redobrados para não se infectar com a Covid-19. Esse grupo está mais propenso a desenvolver a forma mais grave da doença causada pelo novo coronavírus ou ter sequelas posteriores à infecção.

Em entrevista, Maira Polcheira, médica nefrologista do Centro Especializado em Diabetes, Obesidade e Hipertensão (Cedoh), disse que, para evitar ou amenizar as complicações, é preciso que os pacientes com essa comorbidade mantenham o tratamento em dia.

A especialista explicou que ainda não se sabe por que o hipertenso é mais vulnerável, mas que as inflamações crônicas causadas no organismo afetam o coração e isso o torna um paciente de risco para a Covid-19.

Além disso, Maira acredita que há subnotificação de pessoas com pressão alta no Brasil. “Como a hipertensão, na maioria das vezes, não tem sintomas, se nós não tivermos o hábito de fazer consultas de rotina, a gente só vai diagnosticar quando ela estiver numa situação muito grave”, disse.

A médica esclareceu que, para evitar ou tratar a pressão alta, é importante adotar um estilo de vida mais saudável e ativo, além de diminuir o consumo de álcool, cigarro e sódio. Nesse sentido, a meditação pode ser uma aliada, ainda mais no período de pandemia e isolamento social.

Maira explicou ainda que a  hipertensão está muito associada às doenças cardiovasculares, especialmente o infarto, ou o AVC, mas também pode levar a outros quadros.

“Esse quadro de inflamação crônica que o indivíduo vai desenvolvendo ao longo da vida e liberando substâncias no organismo que favorecem a trombose e as isquemias disseminadas, por exemplo, fazem com que esse indivíduo se torne mais suscetível a desenvolver as complicações da covid. Por isso, é fundamental que esse indivíduo esteja tratando a hipertensão, com a pressão controlada”.

A profissional explicou ainda que se a hipertensão “favorece o surgimento de mais complicações, é esperado que esse indivíduo também venha a ter mais sequelas após a infecção. Ainda não existe uma correlação muito certa, mas, em princípio, é esperado, sim”.

Fonte: Estado de Minas

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