Os homens ainda se preocupam pouco com a saúde. Foi essa a conclusão da segunda edição da Pesquisa por Amostra de Domicílios de Minas Gerais (PAD-MG), divulgada nesta quarta-feira (12) pela Fundação João Pinheiro (FJP).
Segundo o estudo, realizado em 2011, os homens apresentam um comportamento de risco maior, bebendo e fumando mais, além de fazerem menos exercícios de qualidade do que as mulheres.
Nos 428 municípios e nos 18 mil domicílios avaliados, 35% dos homens entrevistados afirmaram consumir bebidas alcoólicas, contra 14,5% das mulheres. O número de fumantes também apresentou diferenças. Entre o sexo masculino, 17,9% admitiram fumar, enquanto apenas 9,4% das mulheres disseram ter o hábito.
Esse é o caso do estudante de engenharia Matheus Henrique de Castro, 21. Há dois anos, o estudante
fuma e, há três, segundo ele, ingere grande quantidade de bebida alcoólica. Teve uma época em que eu estava fumando um maço de cigarros por dia e tive uma crise de bronquite. Além disso, eu comia mal e poucas vezes ao dia, contou.
Na tentativa de amenizar a situação, há três meses, o estudante pratica natação. Ele também está tentando fumar menos. Eu sei que é prejudicial, quero largar o cigarro de vez e continuar com as atividades físicas. Mas parar de beber, nunca. Abusar tem sua graça.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apresentados na pesquisa revelam ainda que 5,6% das mortes entre homens em todo o mundo são provocadas pelo consumo direto do álcool. Infelizmente, os números mostram que o consumo do álcool é um hábito predominantemente masculino, disse a pesquisadora Juliana Lucena Riani.
Consequências
Apesar de o PAD mostrar que as doenças crônicas, como hipertensão arterial e diabetes, ainda são mais comuns em mulheres, Oswaldo Fortini, clínico geral e professor da Faculdade Ciências Médicas, alerta que esse tipo de comportamento pode contribuir para doenças no futuro. Eles podem somar fatores de risco para doenças coronarianas e provocar até um infarto do miocárdio, disse.
Ele ainda alerta que os exercícios físicos sem orientação, como as peladas de fim de semana, também trazem riscos. Você pode ter uma sobrecarga cardiovascular e problemas ósseo-musculares. Forçando muito, você pode até mesmo antecipar um infarto, afirma o médico, ressaltando que os exercícios devem ser regulares e com orientação.

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