O Horário de Verão poderia parar de ser adotado no país. Essa é a opinião de 77% dos 3.500 votos computados na enquete realizada nessa quinta-feira (21) pelo portal O Tempo.

O governo federal também estuda fazer uma enquete nas redes sociais sobre o assunto, após a conclusão de estudos que mostram que o horário diferenciado não proporciona economia de energia. O Ministério de Minas e Energia decidiu encaminhar a questão para instâncias superiores.
O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, evitou qualquer apreciação prévia. Quem vai bater o martelo sobre a questão é o presidente Michel Temer. Se vigorar neste ano, o Horário de Verão começa em 15 de outubro e termina em 17 de fevereiro de 2018.
E não é só a população que não vê necessidade do horário especial. Para a indústria, a economia com o Horário de Verão é pouco expressiva, conforme o economista da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) Paulo Casaca. “O que pode acontecer é a redução da iluminação. Só que o maior gasto numa indústria é com a energia do maquinário, que não é alterada pelo horário de verão”, diz.
Ele ressalta que não existe um estudo sobre os impactos do horário diferenciado. “O que se percebe no começo do horário é que a produtividade de muitos trabalhadores cai, a princípio, pois as pessoas ainda estão se acostumando, o que não é nada específico do setor industrial”, observa.
A coordenadora da assistência técnica da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Aline Veloso, observa que alguns produtores acabam tendo que fazer ajustes na produção, como adequar o horário de alimentação dos animais e também a quantidade de água utilizada nas irrigações. Ou seja, mais atrapalha do ajuda o setor.
Já o presidente do conselho técnico da Associação de Avicultores de Minas Gerais (Avimig), Emílio Mouchrek, observa que mais luz do dia reduz a iluminação artificial e reduz o custo geral, mas que não é significativo. “O custo é reduzido sem alterar a produtividade”, diz. Para as companhias aéreas, o horário de verão é indiferente, segundo a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), já que as empresas estão habituadas a lidar com fusos diferentes em voos internacionais.

 

Reservatórios devem ser avaliados

Antes de decretar o fim do Horário de Verão é necessário avaliar a situação dos reservatórios, alerta o professor do Centro de Capacitação em Tecnologia (CCT) da Loja Elétrica João Carlos Lima. “Vale lembrar que, se os reservatórios estiverem baixos, é necessário acionar as térmicas e isso impacta na conta de energia, pois deixa a mesma mais cara”, diz.
Para o Ministério de Minas e Energia (MME), tendo em vista as mudanças no perfil e na composição da carga que vêm sendo observadas nos últimos anos, os resultados dos estudos convergiram para a constatação de que a adoção desta política pública atualmente traz resultados próximos à neutralidade para o consumidor brasileiro de energia elétrica, tanto em relação à economia de energia, quanto para a redução da demanda máxima do sistema. No ano passado, segundo dados do governo, a economia com o horário foi de R$147 milhões. Em Minas, o que foi economizado daria para abastecer Belo Horizonte por oito dias.

 

Fonte: O Tempo||

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