Com recém-completos 50 anos de história em Divinópolis, o Hospital São João de Deus (HSJD) tem pela frente o pagamento de dívidas como uma missão. De acordo com a instituição, as dívidas, atualmente no valor de R$ 15 milhões, devem ser quitadas até 2024.

Inaugurado no dia 1º de junho de 1968, o hospital, que atende a 54 municípios da região Centro-Oeste do Estado, atravessa uma crise que se alastra desde 2011. Em 2013, segundo a administração, a unidade quase faliu e o Ministério Público (MP)interveio para tentar reverter o quadro. Três anos depois, em 2016, uma nova intervenção do MP nomeou uma comissão interventora.

O assessor jurídico do HSJD, André Waller, explicou que: “Após essa nova intervenção, a questão financeira [do hospital] tornou-se estável. O hospital saiu de um déficit de R$ 14,4 milhões em 2016 para um superávit anual de R$ 12,2 milhões em 2017. Com o que temos hoje, as dívidas devem estar zeradas até 2024”.

De acordo com Waller, a dívida se originou na construção do segundo prédio da instituição, que não foi concluída. Atualmente, apenas 60% da estrutura é utilizada, segundo a administração.

“A obra não se finalizou e, aí, não gerou os recursos financeiros que se tinha a expectativa que gerasse. Com isso, entrou em uma bola de neve, na qual as despesas aumentaram e o faturamento não cresceu”, contou.

Atendimento e expansão

De acordo com o diretor técnico da unidade, Eduardo Mattar, atualmente, existem 1.430 colaboradores ativos na instituição, que recebe mais de 2.500 pessoas diariamente.

Conforme o último levantamento feito pelo hospital, em abril de 2018, existem, hoje, 328 leitos na instituição. O número é 13% maior do que o encontrado pela comissão interventora e, segundo Mattar, a expansão foi fundamental para reverter a má situação financeira.

“Em 2016, o hospital tinha um número menor de leitos. Aumentamos o número de leitos, retomamos clínicas que haviam tido sua prestação de serviços interrompida, como a urologia e a ortopedia. Além disso, aumentamos aquelas [clínicas] que já oferecíamos. No Centro de Tratamento Intensivo [CTI], duplicamos o número de vagas. A UTI Neonatal aumentou e também abrimos a sala vermelha”, contou.

As internações também aumentaram. Conforme a administração, o número saltou de 1.189 internações por mês em setembro de 2016 para 1.679 em abril de 2018. Já as cirurgias também cresceram: de 882 por mês em setembro de 2016 para 1.172 ao mês em abril de 2018.

Ocupação e ‘Sala Vermelha’

De acordo com Mattar, não foram apenas os leitos, as internações e as cirurgias do hospital, que aumentaram desde 2016. A taxa de ocupação do hospital também. Contudo, a criação da “Sala Vermelha”, grande responsável pelo aumento, segundo ele, apresentou um novo desafio.

Hoje, temos uma taxa de ocupação que supera os 90%. A ‘Sala Vermelha’ é um destaque muito importante para a população e trouxe outra complexidade pra a administração hospitalar. Temos o desafio de dar continuidade ao tratamento dos pacientes que entram via ‘Sala Vermelha’, além dos outros que entram pelos convênios e pelo Sistema Único de Saúde [SUS]”, contou.

Futuro

“O próximo passo é começar a reforma da maternidade, que ainda tem uma estrutura antiga que remonta à primeira estrutura do hospital, e do setor de pediatria”, disse Mattar.

 

Fonte: G1||

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