Uma nova forma de identificação vai garantir maior agilidade e segurança no processo de visitação aos presos custodiados pela Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi). Em breve, todas as unidades de Minas Gerais, vão contar com o sistema de identificação biométrica dos visitantes. Na segunda semana em fase de teste, o novo modelo já está em funcionamento no Presídio Feminino José Abranches Gonçalves, em Ribeirão das Neves, e no Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) de Contagem.
Anteriormente, o registro dos visitantes era feito somente por meio do documento de identidade. Entretanto, não havia como certificar se a pessoa que havia entrado era a mesma que estava saindo. De acordo com o diretor de gestão da informação prisional, Eduardo Henrique de Almeida de Oliveira, já houve casos em que o visitante ficou na unidade e um preso saiu em seu lugar.
Com a identificação biométrica, os riscos de que situações como essa aconteçam são quase inexistentes. Os visitantes fazem um registro em que armazena, por meio de um programa de computador, a sua impressão digital e a sua fotografia. A cada visita, a pessoa é identificada biometricamente e é emitida uma etiqueta, que deverá ser usada durante todo o período de permanência. Na saída, confere-se novamente a impressão digital, garantido a maior segurança.
Além do controle mais rígido, o equipamento garante agilidade no processo de entrada dos visitantes. A estimativa é que seja gasto menos de um minuto para identificar cada pessoa. ?Em um primeiro momento, a entrada será um pouco mais demorada porque a digital de cada visitante precisará ser gravada. Depois disso, o novo sistema tornará a identificação mais ágil e prática?, ponderou Eduardo Oliveira.
O projeto começou a ser desenvolvido no fim de 2008 e contou com a Companhia de Tecnologia da Informação do Estado de Minas Gerais (Prodemge) para a criação do sistema operacional que vai gerenciar todo o processo de identificação. O equipamento é simples, mas garante grandes benefícios. Ele é composto por uma webcam, uma impressora e um identificador biométrico. Para manuseá-lo, os coordenadores de Infopen e agentes que atuam nas portarias receberão o treinamento adequado. No total, foi feito um investimento de R$ 279.505,40. Para equipar as unidades, foram comprados inicialmente 210 leitores biométricos, 210 webcams e 110 impressoras de etiqueta.

Aprovação
Nesse sábado de visita (08.05), quem foi ao Ceresp Contagem demonstrou satisfação com o novo sistema, em relação à agilidade e à segurança. Para dona de casa Nilce de Almeida Santos, a principal vantagem está na rapidez do processo, o que proporciona uma maior organização da entrada dos visitantes. Já a doméstica Marlene Helena dos Santos aprova o controle mais eficaz. ?É uma questão de segurança para os nossos familiares que estão aí dentro. Com esse novo jeito, não é mais possível adulterar os documentos e deixar que um preso saia como se fosse um visitante?, pontuou.
O sistema também teve boa aceitação por parte da direção das unidades e dos funcionários que atuam no processo de identificação. O agente Farley Silva foi o responsável pela verificação biométrica, neste sábado, no Ceresp Contagem. Antes de começar a operar o sistema, recebeu treinamento e, já no primeiro dia contato efetivo com o software, comprovou que os objetivos da iniciativa estão sendo cumprido. ?Esse sistema facilitou bastante o aumento da segurança e ainda agilizou a entrada das pessoas na unidade?, ressaltou o agente.
Todas as unidades prisionais de Minas Gerais, sob administração da Suapi, serão equipadas com o novo identificador. No fim de semana dos dias 14 e 15 de maio, o Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Contagem, e o Presídio Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, vão aderir ao novo sistema. Segundo Eduardo Oliveira, devido à maior capacidade desses locais, esse será o grande desafio para testar a eficácia do modelo. Se tudo ocorrer como o previsto, após um mês de testes, será elaborado, em um primeiro momento, um cronograma para a implantação da identificação biométrica nos presídios e penitenciárias de Belo Horizonte e Região Metropolitana e, depois, nas demais unidades do Estado.

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