O Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem 14% de sua população composta por idosos e esse percentual tende a aumentar.

Comemora-se o Dia do Idoso, no dia 1º de outubro, dia da sanção do Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741, de 2003).

Apesar do marco legal e de caminharmos para ser um país de longevos, não se tem uma política para idosos, seja de geração de emprego para pessoas com mais de 50 anos, de saúde, de educação financeira para os cidadãos elevarem a sua poupança para viver até 90 ou 100 anos, etc. Soma-se a isso, os abusos perpetrados contra os idosos, às vezes por pessoas que têm a obrigação de cuidar e de protegê-los.

Em muitas residências do Brasil, os idosos constituem a maior fonte de renda familiar e contribuem com a manutenção do núcleo familiar composto não só pelo marido ou companheiro, mas também acrescido por filhos, netos e até bisnetos, justamente em um momento de suas vidas que deveriam usufruir de tranquilidade e ter livre o seu tempo e renda para aproveitar os dias com liberdade.

Temos também as doenças que acometem os idosos, mas muitas vezes não têm a atenção cuidadosa das pessoas de seu convívio.

Um dos abusos é o econômico, onde diversos agentes econômicos oferecem, por exemplo, empréstimos consignados, para os idosos, deixando-os acuados com as reiteradas ligações recebidas em seus telefones (fixo e celular). Nesses casos, muitas vezes, mesmo não tendo necessidade de empréstimos e respondendo educadamente não ter interesse, são perseguidos de forma  insistente e desgastante.

Tem um caso de uma idosa, conhecida minha, que recebia visitas em sua residência, com o álibi de ser um trabalho comunitário de estudo da bíblia e, logo a seguir, lhe eram oferecidos empréstimos, de forma insistente, criando uma situação constrangedora. As visitas somente cessaram, após essa idosa completar 80 anos, quando passou a não poder retirar mais empréstimo.

Um dos cuidados mais importantes com os idosos é com a saúde, pois muitas das doenças, detectadas e tratadas precocemente, podem mitigar os seus efeitos e gerar uma velhice com melhor qualidade de vida.

Por exemplo, a doença de mal de parkinson diagnosticada o mais precocemente, com consultas a especialista, pode ser tratada com remédios adequados e exercícios físicos, mitigando os efeitos e dando dignidade de vida.

Já no caso da demência, com perda da função cerebral, com todos os seus efeitos iniciais, como perda de memória, confusão e falta de diálogo, pode ser revertida com medidas, como exercícios diários de leitura, palavras cruzadas, agendas para organizar afazeres, etc., com efeitos palpáveis e retorno do idoso ao convívio.

No Dia do Idoso temos muitos avanços a comemorar, mas temos de adotar políticas públicas para atendê-los e, no dia-a-dia, ficarmos atentos para coibir abusos e estar atentos ao seu estado de saúde.

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