Na semana em que se comemora o Dia da Fotografia — celebrado em 19 de agosto — o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), em parceria com a Nitro Histórias Visuais, lança a versão digital da terceira edição da Óculo – Revista do Patrimônio Cultural.
O evento acontece no dia 18 deste mês. Na mesma data,
às 20h, em seu canal no YouTube, a Nitro convida a presidente do Iepha-MG,
Michele Arroyo, para um bate-papo sobre a revista. A publicação estará
disponível no site do Instituto para leitura e download após o seu lançamento.
Dedicada à fotografia, a publicação é resultado da parceria
entre o Coletivo Nitro e o Iepha-MG, realizada desde agosto de 2017, em
comemoração do Dia do Patrimônio Cultural daquele ano. Com o tema Fotografia e
Patrimônio Cultural, a revista convida o leitor para uma reflexão sobre os
diferentes modos de interação entre a paisagem cultural, as vivências e os
sentidos dos territórios de patrimônio, memória e documento.
Michele Arroyo fala sobre o contexto em que a revista é
publicada. “O terceiro volume da Revista Óculo – fotografia e patrimônio
cultural será lançado este ano primeiro virtualmente, para depois ser impresso
e distribuído. Coincidência ou não, a publicação aborda uma temática bastante
contemporânea no campo do patrimônio, novos suportes, documentos, acervos, no
caso a fotografia, capazes de produzir e transmitir novos olhares, outras
formas de se conhecer e ressignificar a paisagem cultural em diversos tempos”,
enfatiza a presidente do Instituto. Arroyo ainda destaca que “a parceria entre
a Nitro e o Iepha propiciou um convite a vários fotógrafos e coletivos que
somam na revista suas experiências com a fotografia, memórias, identidades,
arte e patrimônio cultural”.
Um dos editores da revista e integrante da Nitro Histórias
Visuais, Gustavo Nolasco, revela que “quando o Iepha aceitou o desafio de
combinar fotografia e patrimônio num mesmo circuito cultural, ele deu uma
contribuição riquíssima para ampliar as possibilidades de discutir a interface
de outros segmentos, sejam das artes ou mesmo socioeconômicos, com as questões
técnicas de preservação, conservação e salvaguarda”. “Trouxe uma maneira mais
palatável de falar sobre memória, possibilitando uma certa popularização do
tema. E isso se refletiu na revista. Ela traz uma riqueza imagética que chama o
leitor a se encontrar, se ver, perceber o seu universo nos artigos. A revista
está belíssima e nós da Nitro Histórias Visuais extremamente felizes por mais
essa parceria com o Iepha”, completa Nolasco.
Durante a leitura, uma viagem que começa em 1851, na França,
apresenta aos leitores o grande marco da utilização da fotografia como
instrumento de preservação do patrimônio cultural, quando cinco fotógrafos
tiveram a missão de documentar 175 monumentos escolhidos como os mais
representativos do patrimônio nacional.
Na publicação, histórias como a de Gilberto Ferrez
(1908-2000), fotógrafo que viajou pelo interior do Brasil, sendo — muitas vezes
— o primeiro a fotografar prédios e monumentos históricos pouco conhecidos. O
acervo fotográfico sobre o patrimônio que julgava importante preservar e
restaurar, Ferrez encaminhava a Rodrigo Melo Franco de Andrade (1898-1969),
diretor do então Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan).
A contribuição de Assis Horta para a preservação do
patrimônio cultural também é destaque na Revista Óculo. Nascido em 1918, o
mineiro de Diamantina dedicou quase 40 anos da sua vida na construção de um
acervo histórico de sua cidade natal por meio da fotografia. Horta atuou no
Iepha-MG entre 1973 e 1978, como conservador e fotógrafo. Trabalhou neste
período na organização de importantes acervos documentais. Além disso,
contribuiu para a organização do Museu de Cabangu, em Santos Dumont, e do Museu
Guimarães Rosa, em Cordisburgo, em Minas Gerais. Assis Horta faleceu no dia 17
de abril de 2018, aos 100 anos.