Com o objetivo de evitar doenças no rebanho mineiro como o botulismo e a Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), popularmente conhecida como doença da ?Vaca Louca?, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) intensificou a fiscalização da alimentação de ruminantes no Estado. De janeiro a julho de 2011, o IMA fiscalizou a alimentação de ruminantes em 46 propriedades. A meta para este período era realizar pelo menos 18 ações em Minas Gerais.
Produtos que contenham proteína ou gordura de origem animal (cama de frango; farinha de sangue, de carnes e ossos de resíduos de açougue; dejetos de suínos, sangue e derivados; entre outros) são proibidos por lei na alimentação de ruminantes e podem trazer sérios prejuízos ao produtor rural.
A medida faz parte de uma determinação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e ocorre desde 2004. O produtor que utilizar suprodutos de origem animal para alimentar seu rebanho pode responder criminalmente por infringir leis federais, além de colocar em risco a saúde dos animais e da população. Por isso o IMA realiza as fiscalizações e inspeciona constantemente produtores rurais visando a não utilização de produtos proibidos, diminuindo assim o risco de surgimento da EEB e outras enfermidades.
Conscientização
O Instituto Mineiro de Agropecuária e o Mapa são responsáveis pela fiscalização dos alimentos consumidos por bovinos, bubalinos, caprinos e ovinos nos estabelecimentos de criação. Além disso, pela destinação dos animais que ingerirem alimentos compostos por subprodutos proibidos.
O diretor-geral do Instituto, Altino Rodrigues Neto, afirma que a conscientização dos pecuaristas em relação à forma de alimentação de seus animais é fundamental para a manutenção da saúde pública. ?Essa é a nossa principal preocupação?, completa.
Altino Neto ressalta ainda que é preciso haver uma vigilância e participação constante por parte dos produtores para o cumprimento das leis. ?As fiscalizações são feitas para que a bovinocultura brasileira, bem como a economia dos mercados interno e externo não sejam prejudicadas?, finaliza.
Fiscalizações ativas
Durante as 46 fiscalizações realizadas neste ano pelo IMA, foram encontrados alimentos suspeitos em 14 propriedades localizadas nas regiões de Bambuí, Varginha, Pouso Alegre, Uberaba, Viçosa, Oliveira e Passos. Desse total, 18 ações fiscalizadoras partiram através de denúncias e 28 correspondem a fiscalizações ativas.
De acordo com a médica veterinária e coordenadora do Programa de Vigilância das Encefalopatias do IMA, Daniela Bernardes, após a coleta de amostras de alimentos, os ruminantes passíveis de terem tido acesso aos subprodutos de origem animal ficam interditados, não podendo sair da propriedade até autorização do Serviço Veterinário Oficial. ?A partir do recebimento do resultado oficial, o produtor tem cinco dias úteis para solicitar a contraprova. Após um resultado positivo e conclusivo, o produtor tem 30 dias para eliminar os animais interditados?, informa Daniela.
Além das fiscalizações, o IMA também busca prevenir a ?Doença da Vaca Louca? através do monitoramento mensal de todos os animais importados por produtores mineiros. O diagnóstico da enfermidade é feito através de exames laboratoriais. Para isso, sempre que há demanda, é realizada coleta de material encefálico de ruminantes que apresentam sinais nervosos ou aparecem mortos nas propriedades rurais, desde que o proprietário notifique o Serviço Veterinário Oficial.

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