A situação da Indústria Química Santa Rita, cuja fábrica está sediada em Formiga, está bastante crítica. A sede da empresa foi transferida para São Paulo, apesar de que a produção continua sendo feita no município. Mas o problema maior é que a indústria passa por um momento delicado, pois tramita em São Paulo um processo de recuperação judicial para evitar a falência da empresa.
Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico e Parcerias, Paulo César Rodrigues da Costa (Paulinho da Fidalga), ?a transferência da sede para São Paulo não transfere o pagamento dos impostos para lá, porque isso ocorre onde o produto é fabricado. Como a empresa só transferiu a sede, n entendimento dele, nesse caso não ha prejuízo para o município?.
?O que é muito preocupante é esse fato de eles estarem com esse processo de recuperação judicial. Nesse caso, no caso de falência, por exemplo, o imóvel retorna para o município com todas as benfeitorias que foram feitas?, comenta Paulinho. ?A qualquer momento que for decretada a falência, o imóvel retorna ao município, agora isso é uma questão judicial em instancias legais?, diz o secretário.
Questionado sobre o motivo da transferência da sede, Paulo César afirmou que é porque os atuais acionistas da empresa residem naquela cidade.
Interpelado se alguém da empresa procurou a administração municipal para explicar a situação, Paulinho disse que não, ?o Executivo é que entrou em contato várias vezes, foi na empresa, mas só conseguiu falar com os gerentes da empresa aqui em Formiga, não conseguiram conversar com a diretoria em São Paulo?.
O secretário contou que ficou sabendo dos problemas da empresa em fevereiro deste ano, porque começaram a surgir vários rumores da situação financeira deles e que, a partir daí, a administração está tentando verificar realmente como está a ?vida da indústria?.
Ao ser interrogado sobre comentários de que a Administração Fazendária (AF) já teria recolhido livros da empresa, por causa de dívidas, o secretário disse não sabia nada a respeito, porque não tem informações se eles estão ou não atrasados com os impostos.
Sobre a providência a ser tomara pela municipalidade, Paulo César diz que, ?em caso de insolvência da empresa, é retomado todo o patrimônio para o município, porque os cofres públicos não podem tomar o prejuízo. Eles estão em processo de recuperação judicial e só pode haver a recuperação judicial se for homologado?. O secretário diz que a administração vai continuar tentando contato com a diretoria de São Paulo para se informar melhor sobre a situação.
Em relação aos empregos e demissões, Paulinho informou: ?a previsão era de 40 empregos a serem gerados. Até o momento em que nós acompanhamos, não houve nenhuma demissão, mas a empresa já está parada tem uns 15 dias, sem operar, então aí já deve estar acontecendo demissão?.
O secretário ressaltou que há alguns grupos interessados na aquisição da empresa. ?Nós estamos acompanhando isso, porque, se houver a negociação, a venda da empresa, o problema estaria resolvido. Seria a solução ideal?, enfatiza Paulinho.
A redação entrou em contato com a direção da empresa e, depois de conversar com algumas pessoas, um representante de nome Márcio disse que iria apurar as informações. Enquanto a repórter aguardava na linha, durante alguns minutos ouvia sua conversa com outra pessoa, explicando as indagações da reportagem e, em seguida, ele alegou que so responderia após dialogar com alguém que não estava na empresa naquele momento. Márcio disse que retornaria a ligação ao jornal. Como ele não entrou em contato, a redação ligou novamente para ele, e a resposta foi a de que a diretoria da empresa iria marcar uma reunião com representantes da Prefeitura nos próximos dias, para tratar do assunto e que depois daria um posicionamento ao jornal.
A empresa
A Indústria Química Santa Rita Ltda. iniciou as atividades em Formiga em 2008, em terreno doado pelo município. O projeto que autorizou a doação foi aprovado pelos vereadores no dia 30 de março de 2009. O projeto ficou aguardando a aprovação na Câmara Municipal desde o dia 7 de abril de 2008, ele não foi votado por causa da legislação eleitoral, sendo, então, reenviado para o Legislativo em fevereiro do ano passado.
A construção da empresa teve início em 2007, com capacidade para produzir cerca de 24 mil tonelada/ano de carbonato de cálcio precipitado. Em 2009, eram 56 empregados, sendo mais de 30 de Formiga.
A produção da Indústria Santa Rita estava sendo escoada basicamente para São Paulo, em especial para algumas indústrias de tinta e de creme dental.
Quando houve a aprovação da doação do terreno, um dos sócios da empresa, Aluísio Albuquerque, disse que a intenção do grupo era a de expandir a empresa, pois, em apenas um ano de funcionamento, 60% da capacidade de operação da indústria já havia sido atingida.
No entanto, ao que parece, ?deu zebra?, pois um ano após a dita declaração, se tem notícias do estado pré-falimentar da mesma. Há notícias de que a retirada repentina de um dos sócios causou a descapitalização da empresa e acabou gerando a crítica situação de hoje.

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