Encerrado ontem o prazo da Justiça Eleitoral para registro de candidaturas, nove partidos se habilitaram a disputar a Presidência. Os três líderes das pesquisas na corrida sucessória vão gastar R$ 434 milhões juntos. O candidato tucano José Serra (PSDB) estimou um gasto de R$ 180 milhões, R$ 23 milhões a mais que a candidata da situação, Dilma Rousseff (PT), que calculou seus gastos em R$ 157 milhões. Marina Silva, do (PV), que aparece em terceiro lugar nas últimas pesquisas de intenção de voto, estimou seu custo de campanha em R$ 97 milhões.
Considerando uma estimativa de 17% da inflação oficial calculada pelo IBGE no período entre 2006 e 2009, há um incremento de dezenas de milhões de reais nas cifras dos comitês em relação à disputa presidencial de quatro anos atrás. Em 2006, Lula foi o que mais gastou: R$ 107 milhões em valores atuais, apenas dois terços do que prevê agora sua candidata. No caso dos tucanos, Geraldo Alckmin teve um dispêndio de R$ 92 milhões, a metade do que Serra pretende gastar agora.
Os demais partidos registrados na disputa foram Plínio de Arruda Sampaio (PSOL), Rui Pimenta (PCO), Levy Fidelix (PRTB), José Maria de Almeida (PSTU), José Maria Eymael (PSDC) e Ivan Pinheiro (PCB). O pedido de registro inclui, além da previsão de gastos, a declaração de bens e um resumo de cada programa de governo.
Itens
Serra declarou um patrimônio de R$ 1.421.254,87. A maior parte vem de aplicação em fundos renda fixa na Caixa (R$ 414,5 mil) e um plano de previdência privada (R$ 329,3 mil). O patrimônio é semelhante ao do vice, Índio da Costa (DEM), de R$ 1.448.230,18. Ele tem a maior fatia também em fundos de investimento (R$ 401,7 mil), mas seu patrimônio é mais diversificado e inclui um barco e um ultraleve.
Dilma declarou um patrimônio de R$ 1,06 milhão, incluindo dois apartamentos em Porto Alegre (RS) – avaliados em R$ 250 mil e 290 mil – e um apartamento em Belo Horizonte (MG) que vale R$ 118 mil. O registro da chapa mostra que o candidato a vice, o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB) tem patrimônio de R$ 6 milhões, quase seis vezes maior.
Já Marina declarou um patrimônio de R$ 150 mil, incluindo uma casa em Rio Branco, dois lotes e um saldo de R$ 46,8 mil em conta.
Nenhum patrimônio supera o do vice de Marina. Guilherme Leal, um dos sócios da Natura, declarou R$ 1.197.729.991. É tanto dinheiro que o TSE errou e deixou de fora R$ 2,4 milhões relativos a uma aplicação. Com isso, nos casos dos três principais presidenciáveis, os vices têm um conjunto de bens de maior valor que os dos cabeças de chapa.
Outros seis partidos menores registram candidaturas
PCO. Rui Costa Pimenta prevê gastos de R$ 100 mil. Ele declarou ser dono de um terço de uma casa em São Paulo, avaliada em R$ 80 mil.
PRTB. Levy Fidelix pretende gastar até R$ 10 milhões. Ele declarou possuir R$ 150 mil, incluindo um apartamento em São Paulo e a sociedade em duas empresas.
PSTU. José Maria de Almeida estipulou gastos de R$ 300 mil e declarou como único bem um automóvel Gol 2006, avaliado em R$ 16 mil.
PSDC. José Maria Eymael registrou-se minutos antes do fim do prazo e prevê gastar até R$ 25 milhões na campanha. Seus bens somam R$ 3,1 milhões.
PCB. Ivan Pinheiro prevê despesa de até R$ 200 mil na campanha. A lista de patrimônio totaliza R$ 350 mil entre imóveis e um carro.
PSOL. Plínio de Arruda Sampaio apresentou patrimônio de R$ 2,1 milhões ao TSE. Sua previsão de dispêndio na campanha
é de R$ 900 mil.

COMPATILHAR: