Tudo começou ainda em 2012, quando logo após as eleições em que o então vereador Moacir Ribeiro se elegeu prefeito, o também então vereador Mazinho, apresentou um robusto e complicado projeto alterando a Planta de Valores do município e outras fontes de arrecadação. Naquela oportunidade, a reação popular e a dos próprios vereadores foi grande e o que ficou conhecido como ?Pacotão do Mazinho?, numa sessão extraordinária convocada para sua apreciação, antes que se configurasse a primeira derrota do ainda não empossado prefeito, acabou sendo RETIRADO por seu autor.
Novamente em 2013, Moacir já no pleno exercício do cargo de prefeito, mais uma vez encaminhou o projeto à Câmara, com algumas modificações e este, por decisão das comissões que o analisaram, acabou sendo ARQUIVADO.
Agora, em 2014, no mês de junho o dito projeto, foi mais uma vez apresentado à Câmara e ao que se sabe, tornou-se objeto de estudo pelas comissões. Durante este período, junho/dezembro, algumas audiências públicas foram realizadas e o ?pai da criança?, o secretário de Fazenda, Gonçalo Faria tentou por meio das formas convencionais (reuniões, bate-papo, audiências, palestras, declarações, etc), explicar mais detalhadamente o projeto que ao ser reformatado, ao menos no que toca a reavaliação da planta de valores, contou com o auxílio de servidores públicos e de corretores imobiliários de reconhecida reputação no município. Pode conter erros é claro, mas segundo Gonçalo, fica aberta a possibilidade de qualquer contribuinte que discordar da avaliação, se dirigir a uma Comissão de Valores Imobiliários, que ele garante existir e que certamente estudará caso a caso.
Em especial nas últimas três semanas, algumas tentativas de se chegar a um consenso sobre o projeto como um todo, já que era consensual o fato de que a reavaliação é necessária, foram feitas e Gonçalo Faria, já mais flexível, concordou em fazer algumas modificações que, ao final, pareceram não atender os interesses dos munícipes. Representantes de alguns segmentos (poucos) que ali tiveram voz, foram unânimes em demonstrar suas discordâncias e todas as sugestões foram de pronto rechaçadas pelo secretário, ainda que avalizadas pelo seu líder que conduziu a reunião e com elas concordara. Assim, na segunda-feira (22), posto em votação na Câmara, apesar dos 5 votos favoráveis (Josino, Meirinha, Zezinho Gaiola, Piruca e Pastor Manoel) e dos 4 votos contrários (Mauro César, Cabo Cunha, Arnaldo Gontijo e Luciano do Trailer), o projeto, por não alcançar votos favoráveis em maioria absoluta, acabou sendo rejeitado.
O presidente da mesa, Juarez Carvalho, durante o encaminhamento do projeto, teceu alguns comentários, afirmando que entendia a necessidade de haver um reajuste na Planta de Valores, mas, ao seu estilo, afirmou que apesar de não votar, tinha certeza de que o povo formiguense, em grande maioria não suportaria o ônus de arcar com o aumento proposto que para muitos, supera 1000%.
Embora a Lei Complementar 001, de 11 de dezembro de 2002, em seu ART: 8º preceitua que: O valor venal do imóvel será atualizado monetariamente ou pelo valor de mercado, por Decreto do Executivo, com base nos dados e valores do cadastro imobiliário através de planta de valores imobiliários, isto não autoriza o prefeito, com uma canetada via decreto, modificar a planta genérica de valores de forma a adequá-la aos novos valores de mercado, até porque a planta genérica de valores foi aprovada por Lei e justamente por isso só pode ser alterada por Lei.

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