Junho de 2015 foi o mês mais quente no planeta desde que o registro de temperaturas começou a ser feito, em 1880. Os seis primeiros meses do ano também foram marcados por temperaturas recordes para o período, o que demonstra que o aquecimento global continua a não dar trégua – a temperatura média em junho na terra e nos oceanos foi 0,88°C superior à média do século XX.

 Diante desse cenário, 40 personalidades religiosas e vozes relevantes da sociedade civil se reuniram nesta terça-feira (21) em Paris em uma “cúpula das consciências sobre o clima”, enquanto na frente diplomática houve progresso significativo em face de um acordo global no final do ano.

A quatro meses para a aguardada COP21, conferência sobre o clima de Paris, o encontro foi convocado após constatar “que a crise climática não se reduz apenas às dimensões científica, tecnológica, econômica e política”, mas trata-se também de uma “crise de sentido”, como ressaltou o presidente francês François Hollande.

“Why do I care” (“por que me importo”, em inglês) é o slogan dessa cúpula que contou com a participação de importantes atores mundiais como o ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan, o pioneiro do microcrédito em Bangladesh e prêmio Nobel da paz em 2006, Muhamad Yunus, e o fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado.

Todas essas personalidades se reuniram para enviar uma única mensagem: é preciso chegar a um acordo em Paris, na conferência do clima. “Não é apenas uma questão de chefes de Estado ou de governo, mas de todos os habitantes do planeta”, destacou Hollande.

 Na Itália 

Paralelamente, na Cidade do Vaticano, o papa Francisco se reuniu também na terça com mais de 60 prefeitos de todo o mundo com o objetivo de “costurar” um acordo para dezembro, em Paris, a fim de conter o aquecimento global, um dos maiores desafios do mundo moderno.

“Tenho a esperança de que a cúpula de Paris produzirá um acordo fundamental”, afirmou o papa argentino, ao referir-se à cúpula da ONU sobre mudança climática, que vai acontecer entre 30 de novembro e 11 de dezembro na capital francesa.

Os prefeitos que estão reunidos no Vaticano – incluindo o belo-horizontino Marcio Lacerda – afirmaram seu compromisso com a luta contra a escravidão moderna e o aquecimento global, dois dramas que o papa Francisco condena claramente na sua encíclica “Laudato si” e que considera fenômenos entrelaçados com a pobreza.

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Marcio Lacerda assina documento de compromissos ambientais no Vaticano/Divulgação

O governador da Califórnia, Jerry Brown, por exemplo, denunciou em um discurso muito aplaudido os lobbies nos Estados Unidos de “bilhões de dólares para eleger ‘trogloditas’ e outros negacionistas do aquecimento global”.

O Tempo

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