O Laboratório de Mineralogia do Unifor-MG recebeu, nesta semana, amostras de meteoritos e tectitos. As amostras foram enviadas pelo geólogo Rodrigo Sato, da cidade de Florianópolis/SC, acompanhadas de certificado de autenticidade e análise química.
De acordo com o professor Anísio Cláudio Rios Fonseca, especialista em solos e meio ambiente, ?meteoritos são rochas provenientes do espaço, oriundas do cinturão de asteróides e que, quando são atraídas pelo campo gravitacional terrestre, atravessam a atmosfera com velocidades que variam de 40.000 a 70.000 km/h e são responsáveis por um espetáculo de luzes no céu. Já os tectitos são quase desconhecidos do público em geral. São estruturas vítreas formadas durante o impacto de grandes meteoritos. Após a colisão das rochas do espaço com o solo terrestre, fragmentos são arremessados a consideráveis distâncias e muitos preservam as estruturas de rotação de quando estavam em estado plástico (entre o sólido e o líquido). Algo semelhante ocorre em certas erupções vulcânicas com as chamadas ?bombas vulcanicas?, que são fragmentos de lava ainda derretida que são arremessadas a quilômetros de distância e que se solidificam ainda no ar, podendo estar contorcidas devido à rotação. As formas assumidas pelos tectitos dependem da velocidade de sua rotação e o estado de plasticidade?, explicou.
O professor contou que o objetivo de conseguir meteoritos para o acervo do Laboratório de Mineralogia era antigo. ?Dentre as vantagens de se possuir amostras que vieram do espaço, está a possibilidade de atrair o interesse de estudantes, inclusive dos Ensinos Fundamental e Médio, descortinando carreiras que poderão vir a seguir no Unifor-MG.?
A idade dos meteoritos recebidos é de cerca de 4,5 bilhões de anos, ou seja, a mesma idade da Terra, e são as rochas mais antigas do acervo mineralógico do Unifor-MG. As amostras enviadas foram: Meteorito Yolar ? um condrito H4, essencialmente rochoso ? Província de De Baça County, Novo México-EUA (1972); Meteorito ?NWA não classificado?- com crosta de fusão total ? noroeste da África (set. 2000); Tectito Indochinito ? Wuchuan, província de Guandong, China (2005); Tectito Tailandito ? Distrito de Khonkaen-Chompae, Tailândia (2003).
O professor ressaltou que os meteoritos são pequenos, mas de extrema relevância científica, pois contam parte da história do universo e da própria Terra. ?Atravessamos um limiar com a chegada destas amostras que, com certeza, impulsionará, cada vez mais, o objetivo de se elevar o nível científico do acervo e a prestação de serviços para seus usuários.?

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