Diferente do último Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), feito em novembro do ano passado, o novo levantamento feito pela Diretoria de Vigilância em Saúde, apontou risco grave para epidemia do Aedes aegypti em Divinópolis. O primeiro relatório de 2018 divulgado nessa terça-feira (9) durante coletiva de imprensa mostrou números preocupantes.

O município apresentou um índice de infestação de 6,5%, quando o ideal, proposto pelo Ministério da Saúde (MS) é abaixo de 4%. Destes 6%, a região que chama mais atenção é a Nordeste, só ela tem o índice maior que o geral, apresentando 13,68%. Em segundo lugar, aparece a região Norte com 7,83%; a Central com 6,15%; a Sudeste com 5,34%; Oeste com 4,4% e Sudoeste com 2,72%.

Da região que apresenta o maior risco de epidemia na cidade, fazem parte os bairros: Icaraí; Espírito Santo; Niterói; Manoel Valinhas; Lagoa dos Mandarins e outros.

Para se ter uma ideia, o mesmo levantamento feito em janeiro de 2017 apontou 3,1% para o risco de epidemia nestes bairros, um aumento de 3,04% em relação ao ano passado. O mosquito da dengue continua sendo encontrado em maior quantidade nas casas. Dos 4.892 imóveis visitados, o mosquito estava em 94% dos lares. O restante, 6%, foram encontrados em lotes vagos.

Epidemia

De acordo com a diretora da Vigilância em Saúde, Janice de Oliveira Soares, em todas as residências o mosquito foi encontrado na fase de larva, o que dificulta o extermínio. Com isso, a pasta está preocupada porque com o vírus circulando, sejam eles o da dengue, zika ou chikungunya existe um grande risco de epidemia, por conta da grande quantidade de Aedes, que para ela, é suficiente para se alastrar e se tornar um surto.

“No nosso histórico nunca tivemos um dado desse.  Um LiraA que resulta em 6,5%. É um dado muito preocupante, uma vez que o Ministério da Saúde considera acima de 4%, um alto risco de epidemia. Temos regiões no nosso município que estão com 13%, então ficamos muito preocupados, porque se tivermos a circulação dos vírus de forma intensa, o risco de epidemia é muito grande” argumentou.

Janice continua explicando que a Semusa está atenta com a região Nordeste.

“Temos 94% dos focos dentro das residências e, por isso, precisamos da colaboração da população” afirmou.

De acordo com o fiscal de saúde, Erson Ribeiro, os agentes encontram dificuldades para entrar nas casas e realizar o trabalho, seja ele de remoção dos focos ou de conscientização, porém medidas cabíveis serão tomadas para resolver a situação.

“Muitas vezes, a população não colabora com os agentes de saúde. É comum a pessoa está em casa no momento em que o agente passa, mas não atende. Por isso, estamos tomando medidas cabíveis e a legislação garante até a entrada compulsória. Esperamos que os moradores se conscientizem. Já entregamos 600 notificações”, comentou.

Com mais de 90% dos casos dentro das casas, para a chefe do departamento, diz falta uma boa vontade da população em exterminar o mosquito.

Punidos

Se durante a visita, o agente epidemiológico encontrou uma irregularidade, o morador deve ficar atento. De acordo com a diretora, serão aplicadas multas para os que não cumprirem a recomendação em 24 horas.

“Temos uma equipe de aproximadamente 120 pessoas que trabalha na cidade. Te a de bloqueio, agentes que trabalham de forma continua e rotineira” contou.
Ela explica que o valor da multa pode variar entre R$ 178,50 até R$ 17.850.

“É uma responsabilidade de cada cidadão, cada proprietário. Claro que nós temos o poder de intervir nessas situações, mas como poder público tem que intervir e prever coletividade, a prevenção destas doenças e caso precise utilizar a ferramenta da multa ou outra penalidade, nos vamos usar” finalizou.

Explicação para aumento

De acordo com Erson Ribeiro, o novo LiraA, cresceu devido ao período chuvoso, o que não ocorreu com tanta intensidade nos anos anteriores.

“O clima está propício para a proliferação do mosquito. Mas, o que queremos mesmo é a conscientização da população” disse.

Soma dos números

A contagem para se chegar a estes números é feita da seguinte forma: São colhidos os números de cada região, tirando este valor de 100%. Depois soma-se a quantidade de todas as seis regiões da cidade para se chegar ao percentual geral.

 

Fonte: Portal Agora||

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