Sem demonstrar tristeza e dando versões bastante contraditórias, a mãe e o padrasto de uma criança de um ano e cinco meses foram presos suspeitos de espancar o menino até a morte. O casal mora na Vila Fazendinha, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, e a morte ocorreu na noite dessa quarta-feira (24).

A Polícia Militar foi acionada por médicos da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Leste, onde a criança deu entrada com vários hematomas pelo corpo. A médica percebeu que ela estava machucada no queixo, crânio, tórax e tinha uma fratura na perna esquerda. Os médicos tentaram fazer o socorro, mas ele não resistiu. 

A mãe do garoto, de 19 anos, contou que foi ao Centro de Belo Horizonte com seu filho pela manhã e que em uma rua, próxima a praça Sete, os dois foram atacados por um cachorro. Ela ainda disse aos policiais que tentou correr, mas caiu com a criança, porém achou que ele não tinha se ferido e foi para a casa do companheiro. 

O padrasto da criança disse que a mulher contou a mesma versão de ter sido atacada pelo cão, no entanto, ele disse que ela contou ter sido perto da residência do casal. A queda teria ocorrido pela manhã e somente a noite eles resolveram levar a criança ao médico. 

Por causa das contradições e como nenhum dos dois demonstraram tristeza, a polícia resolveu prender os suspeitos já que, segundo os médicos, há indícios que o menino tenha sido agredido. O corpo foi levado para o Instituto Médico-Legal (IML) para passar por exames. O caso foi encaminhado para a Delegacia de Plantão da Polícia Civil 1, no bairro Floresta, região Leste da cidade. 


Criança já tinha sido levada para UPA lesionada em dezembro

A médica que atendeu a criança, contou que ela já tinha recebido atendimento médico na UPA Leste, no dia 15 de dezembro do ano passado, também com lesões pelo corpo.

Na época foi registrado um boletim de ocorrência em que o médico suspeita de maus-tratos já que, por meio de um raio-x, foi possível ver que o menino tinha sofrido uma lesão no ombro esquerdo, que se quebrou. Na época, a mãe disse que o filho tinha caído no dia 6 de dezembro, mas só viu que o membro estava inchado no dia 8. 

A mulher disse também que residia em Ravena, em Sabará, na região metropolitana de Belo Horizonte, e que teve que deslocar até Belo Horizonte e por isso demorou no socorro. O médico viu que havia outras duas farturas calcificadas no filho, uma na clavícula e outra na costela. As fraturas eram mais antigas e aparentavam não ter ocorrido na mesma data que a do ombro. 

Na época, ela negou que ela ou o padrasto da criança tivessem cometido qualquer agressão. Consta no boletim de ocorrência da Polícia Militar que os policiais foram orientados, pela Polícia Civil, a procurar a avó da criança para saber se havia registro de agressão, já que a criança estava há muitas horas sem alimentar e não havia leite na UPA para ela. 

Como a mulher disse não saber de nada e o caso ainda era uma suspeita, os policiais a orientaram a procurar a delegacia, mas ela não quis. Foi registrado o boletim de ocorrência e o Conselho Tutelar de Belo Horizonte acionado.

Suspeito tem histórico criminal

O padrasto, suspeito do crime, tem histórico criminal com diversas passagens policiais por tráfico de drogas, roubo, receptação e porte ilegal de arma de fogo. 

Fonte: O Tempo Online

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