Até o momento, 16 empresas tiveram as atividades suspensas desde que deflagrada a Operação Pá de Cal, na segunda-feira (15) e seis pessoas foram presas. Os dados são referentes ao que foi computado até certo horário de ontem, segundo a assessoria de comunicação do Ministério Público Estadual.
A operação continua nesta quarta-feira (17) e se estende até na sexta-feira (19). Outros municípios foram relacionados para sofrerem a fiscalização: Arcos, Córrego Fundo, Iguatama e Doresópolis, mas, segundo a assessoria do Ministério Público, não se pode ter ainda um controle de atuação nessas cidades. A assessoria explicou que, às vezes, se programa para fazer um número de empresas e demora-se mais tempo do que o necessário. A intenção é fiscalizar 32 empresas até sexta-feira.
As infrações das empresas autuadas na operação já passam dos R$100 mil em multas, além de notificação para comparecimento na Polícia Militar do Meio Ambiente.

Mineradoras em Pains
O município de Pains vive uma semana intensa de fiscalização contra a atividade clandestina e irregular de mineradoras. A degradação ambiental provocada por esses empreendimentos pode ser ainda mais grave do que o desmatamento e ameaça até deixar Pains sem água potável.
Pains é o município do Centro-Oeste que mais sofre com a ação das mineradoras. A cidade de pouco mais de 8 mil habitantes vive ameaçada. Na tentativa de se proteger a mina da cidade, foi criada no final do ano passado a unidade de preservação. A área de 2.500 hectares está sendo reflorestada e cercada.
Inúmeros são os problemas enfrentados e impactos ambientais e na vida das pessoas, como a retirada da vegetação; o uso de explosivos, que abalam o solo e podem interromper ou entupir o curso de água que passa no lençol freático; o descarte irregular das pedras, já que muitas são jogadas em áreas acidentadas e, com o passar do tempo e com a chuva, as pedras rolam para as partes mais baixas soterrando as nascentes, além de risco de contaminação da água.
Um poço que fornecia água para mil pessoas foi interditado e os testes comprovaram a presença de metais pesados como alumínio, nitrato e resto de óleo diesel. Diversas famílias ficaram doentes.
Estudo feito pelo Ibama e Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais, em 2007, revelou que a metade das águas do município de Pains estava imprópria para o consumo humano e que, em pouco tempo, faltaria água no município.

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